sábado, 26 de junho de 2010

Modern Tropical Quintet

Esta foto estava na carteira da esposa do Seu Waldemar.
Era uma vez, quatro jovens rapazes charmosos que atendiam pelos nomes de Plínio Metropoulos (piano), Wilson Ribeiro (guitarra), Edgar Teixeira (bateria), Waldemar Ribeiro (contrabaixo). No final dos anos 50, os quatro brasileiros formavam a banda The Modern Tropical Quartet, e seus estilo de música agradava mais o gosto refinado europeu do que os trópicos, por isso os quatro só eram conhecidos fora do Brasil.




Nos anos 60, o grupo acrescentou a vocalista Holandesa Sara, que mais tarde se tornou esposa de Edgar, e em Copenhage (Dinamarca) adotaram o nome de The Modern Tropical Quintet, ao lado está a capa do disco de 1966. Suas músicas eram um misto de Jazz moderno, bossa nova, e outras misturas psicodélica (alucinantes, melancólicas).


A banda fez poucos shows no Brasil, pegando sua fama pela Europa e tocando em locais como: Castellana Hilton (Madrid), Gran casino (Bélgica), Miller's jazz club (Holanda), Kaiser Keller (Alemanha) e Grand Hotel (Suiça).




Em 1968, The Modern Tropical Quintet foi a banda de apoio de Sérgio Ricardo, no maior festival da música da Record (onde participaram artistas como Elis Regina, Gilberto Gil, Caetano Veloso, e outros):

4° FESTIVAL DA MPB *
TV Record (novembro-dezembro, 1968)

1ºLugar - São Paulo, Meu Amor, de Tom Zé, com Tom Zé.
2° - Memórias de Marta Sare, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, com Edu Lobo e Marília Medalha.
3º - Divino maravilhoso, de Gilberto Gil e Caetano Veloso, com Gal Costa.
4° - Dois Mil e Um, de Rita Lee e Tom Zé.
5º -
Dia da Graç
t.a, Mde Sérgio Ricardo, com Sérgio Ricardo e Modern Tropical Quintet 







Pois é! esse é o passado glamouroso do Sr. Waldemar Ribeiro de Lima, que eu conheci numa Casa de Repouso em Francisco Morato/SP, padecido do mal de Alzheimer, e com paralisia por causa de um derrame. Sua esposa D. Luiza Dias de Lima estava presente e pode nos contar um pouco do passado do Sr Waldemar, soube por ela, que o Wilson Ribeiro era seu irmão gêmeo, já falecido.






Considerando tudo que este homem já viveu, é lamentável sabê-lo naquele estado, embora a casa seja um abrigo decente, que parece cuidar bem dos idosos, o Sr, Waldemar já conheceu Chico Anysio (não duvido porque este participou do festival como compositor), Hebe Camargo, Lima Duarte, e já teve uma composição de Lennon e McCartney* em seu disco!

Como pode agora ele estar do modo como eu o encontrei? Tudo bem o país não o reconhecer, mas onde estão as celebridades que já cruzaram o caminho de Sr, Waldemar? Quando me lembro das reclamações de Chico Anysio por não atuar mais (até pouco tempo), quando se dizia desprezado pela mídia... Bem ou mal, o salário de Chico Anysio está garantido para a vida toda, sendo que seu Waldemar só tem por si sua esposa, e agora, as doações da ETEC onde estudo, fora outras contribuições... Vida injusta?

*Discografia: Música/compositores:
Midnight in Moscow Soloviev - Sedoy Matusovsky Ball
Sabor a mi - A. Carrilho
Daar Big Die Moolen -The Windmills Turning
Suavecito - A. Robles
Fascinating Rhythm - George Gershwin e Ira Gershwin
Samba Colorido - Batista
Luna Caprese - A। Cesareo e Ricciardi
All my Loving - John Lennon - Paul McCartney
Baubles, Bangles And beads- Wright Forrest
I Love Paris - Cole Porter
Hello, Dolly! - John Herman

Post Scriptum: Atualmente o disco da banda pertence ao Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS), doado como patrimônio da música popular "estrangeira". Mas ainda encontra-se algumas raridades disponíveis à venda na internet, por um valor aproximado de R$ 690,00; no caso são discos usados e revendidos pelos donos, porém em bom estado. Sr Waldemar faleceu no ano seguinte a publicação deste post em 2011.



Faça suas doações de alimentos não perecíveis e produtos de higiene (inclusive fraldas geriátricas):
Associação Amigos do Coração de Jesus
R. Jandira, 481, Jardim Eliza - Francisco Morato/SP
Fone: 4608-1257

Ação de Cidadania





Vivendo e aprendendo!


A vida tem me dado boas oportunidades de evoluir espiritualmente. Uma delas foi uma visita à Casa de Repouso Amigos do Coração de Jesus, em Francisco Morato/SP. A ação beneficente foi promovida pela ETEC da cidade, pela turma de Administração, na disciplina de Ética e Cidadania.

Antes de um possível questionamento sobre o que uma visita como essa tem a ver com administração eu respondo: Tudo! Uma empresa que se preze tem o dever de prestar assistência às pessoas que contribuíram tanto com a sociedade como os idosos. Foi uma experiência perturbadora e ao mesmo tempo maravilhosa.

Após arrecadarmos com as turmas de Informática, Ensino Médio, Contabilidade e Secretariado da mesma ETEC algumas doações de Alimentos e produtos de higiene pessoal, com a colaboração generosa de um amigo pessoal e do estabelecimento local no qual ele trabalha, vulgo Supermercado ITALIANOS, fomos num sábado à tarde visitar nossos amigos idosos.

Quantas histórias! Uma das cuidadoras do lar, D. Cleuma, nos atendeu gentilmente e nos apresentou essas pessoas, deixando-nos a vontade para interrogá-los, coisa que alguns fizeram com muito boa vontade, ao passo que outros não. Até isso soou bem, vindo da parte deles! A primeira delas foi D. Genilda M. Laranjeira, 75 anos, trabalhou com serviços gerais no Hospital de Sabará/SP, Ela era uma das mais lúcidas, porém não me detive a ela, e busquei desvendar os segredos dos mais tímidos e dos mais despojados.

Entre as desinibidas encontrava-se D. Loló, ou Heloína Rodrigues Machado, 66 anos, engraçou-se logo com os rapazes, com seu jeito cativante, apelidou-os de "neném", Bem vivida, D. Loló, teve 13 filhos, dos quais 8 sobreviveram, segundo ela: "Quatro machos e quatro fêmeas". Disse que tinha quatro paqueras na casa de repouso, e afirmou ser uma mulher bonita. Impressionante sua alto estima!

Entre as mais tímidas estava D. Edna Venturini de Cristo, 53 anos, acometida de uma depressão crônica só cosnseguimos descobrir que ela tinha trabalhado como faxineira e costureira em São Paulo, teve quatro filhos e netos, e gostava muito de rezar, isso após explicar à ela que não tínhamos visto o Elvis Presley, mas ela o tinha visto bem ali!

Outro que falava pouco, era o Seu Abel, com esquecimentos, ele sabia pouco além de seu nome, alegava estar "surdo da cabeça", mas sabia que havia trabalhado na roça, com gado. Também justificou que não fora ele quem matou Caim, (pouco importa se na história original foi Caim que matou Abel). D. Francisca Rodrigues, 80 anos, também falou pouco, morava em Jundiaí, trabalhou numa fábrica de tecidos, era viúva, tinha dois filhos e três netos. Gostava de forro e samba.

Entretanto as histórias que mais me tocou, deixei para o final, sendo que uma eu deixo para o próximo post em caráter especial. Um dos nomes pelo qual não dormirei em paz enquanto não atender seu pedido é José Duarte Marcolino, aproximadamente 59 anos, um senhor que veio do Ceará com 10 anos de idade, morou no bairro do Brookling sozinho, trabalhou como taxista por 20 anos em Santo Amaro (local que ele considera o melhor de São Paulo).

Além de taxista Seu José trabalhou numa fábrica de bicicletas Monark, "na Chácara Santo Antonio, perto do Borba Gato". Ele relatava sua vida com uma facilidade, através de seus olhos tristes, que eu e minha a amiga Bruna viemos a saber mais tarde que eram cegos, quando ele disse que havia ficado com sequelas da diabetes.

Após narrar seu gosto pelas praias de Santos, e Peruíbe aos finais de semana em que não trabalhava Seu José que nunca havia se casado, no entanto disse ter vivido dez anos com uma, moça, Rosana Araujo, segundo ele professora da USP, sendo que ele havia apenas completado o "ginásio". Ele perguntou se eu tinha papel e caneta pra escrever uma carta pra um determinado endereço que ele passou de Santo Amaro, pediu que nós escrevêssemos uma carta pra Rosana, professora de biologia da USP afirmando que estava tudo bem com ele, disse que ele mesmo não fazia porque era cego (foi aí que soubemos!).

D. Cleuma a cuidadora disse que quem o levara para o abrigo foi uma vizinha dele, e não uma namorada como ele afirmava no entanto o nome correspondia, e agora só me resta descobrir o CEP para encontrar a Professora Rosana, ela pode não ser o amor da vida do Seu José, mas ela o conhece, e ele quer se comunicar com ela. Quem sabe por que ela não mais o procurou?

O segundo nome é bem mais alegre que o Seu José: Rovilson Cardoso Sales, 64 ano, Morava na Vila Formosa antes de vir para a Casa de Repouso trazido por uma sobrinha. Seu Rovilson afirmou ter sido goleiro do Atlético MG no final dos anos 70, no entanto seu nome não consta na lista dos jogadores de toda a história do time, porém existe uma suposta justificativa, Seu Rovilson é um ex-presidiário, cumpriu 5 nos de sentença em Pedra Azul/MG por assalto.

Após sua vinda para São Paulo Ele trabalhou como ajudante de pedreiro, de pintor e prensista numa empresa por dez anos. Disse ter conhecido o Pelé e o Roberto Carlos, e posso supor que ele tenha estado presente no time do Atlético, no amistoso entre Atlético e Flamengo, em 1979, quando Pelé vestiu a camisa do Flamengo. Mas é só uma suposição. Sou capaz de revirar a história do futebol para achar um registro de Rovilson Cardoso Sales.

Um terceiro nome não foi tão difícil ser encontrado... mas isso é assunto para outro post!


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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Michael Jackson Forever




Michael Jackson (1958-2009)


Parece que foi ontem!

Sempre que me lembro da morte de Michael Jackson, sinto a mesma angústia, o mesmo desconforto que é gerado pela impotência. Eu nada posso fazer para mudar a realidade, e já faz 1 ano! 

Michael teve a existência dos grandes mestres que ultrapassam os limites da vida material. Se fisicamente ele não está mais entre nós, sua arte, sua lembrança, seus ensinamentos sempre estarão. E nada nem ninguém poderá mudar isso pra nós que verdadeiramente o amamos. 

Um de seus fãs mais conhecidos no Brasil, Rodrigo Teaser, um dos covers oficiais de Michael, em entrevistas refere-se a ele com os verbos no presente: "ele, canta, ele dança, ele é". Questionado sobre os motivos do tempo verbal, Rodrigo admite ser um ato inconsciente e que não pretende fazer nada pra modificar. Eu como ele, sinto a vida de Michael pulsar através da minha.

"Ele é nosso irmão mais velho", disse meu irmão Rodrigo Lourenço. A melhor definição para Michael Jackson que pude encontrar. De fato, crescí sob os exemplos mais sublimes dele, compartilhando suas alegrias e seus sucessos, além das tristezas, a despeito de tudo que divulgavam. O amor não é cego como dizem, apenas enxerga com olhos que a ignorância não pode ter.



Nunca havia vivenciado luto até então. Outros conhecidos e familiares partiram, é verdade, mas o luto só é sentido quando a pessoa que parte está mais próximo do coração do que necessariamente do corpo. Já chorei muito, e se eu já não acreditasse em vida espiritual, eu providenciaria uma nova fé descaradamente, por amor. Michael mergulhando nas profundezas do nada é inconcebível!

Cair no mais profundo esquecimento de sua individualidade... não, ele não! Não entrarei no mérito religioso, mas me reservo no direito de acreditar no mais justo, não só pra ele, obviamente, mas por causa dele. Este homem disse até o fim que amava seu pai, o seu carrasco da vida toda! Que isto lhe seja imputado por justiça. Justiça mesma que o próprio Michael soube aplicar quando não deixou nem um centavo ao Sr. Joseph Jackson em seu testamento. Entende-se com isto que perdão é uma coisa, recompensá-lo materialmente por todo mal que fez é outra coisa bem diferente. O que é dele ta guardado, eu nem preciso desejar mal.


Essa grandeza espiritual, apesar do exemplo, eu não tenho. Por isso Michael ainda tem muito a me ensinar nessa vida. Longe da perfeição, ainda na juventude da alma, mas ainda assim, superior a mim, e nem por isso arrogante! Isso é um verdadeiro cristão.


Vida eterna ao REI DO POP!

Alguém balança quando o vento sopra
Alguém está sentindo falta de um amigo
Alguém está precisando de um herói
E eles não têm noção de quando
Isso tudo vai terminar;
Histórias enterradas e não contadas
Algo esconde a verdade; espere,
Quando esse mistério se desdobrar
O sol vai brilhar até nos olhos
Do homem cego quando ele chorar

 
 
 


sábado, 5 de junho de 2010

Liga Mundial



O Brasil é o país do futebol, este esporte movimenta  muito a economia do país, justamente por isso os jogos tornam-se duvidosos. Corre pela boca pequena que nos campeonatos internos e externos só ganha quem paga mais...




Independente da corrupção, eu conheço um esporte melhor que o futebol a nível nacional: o Voleibol. Sem comparação! Dá muito mais prazer assistir a uma partida da seleção masculina de vôlei do que da seleção de futebol, isto sem entrar no mérito da convocação do Dunga!

As partidas são muito mais dinâmicas, há uma variedade maior de pontos por minuto, ao contrário do futebol que o torcedor fica quase noventa minutos a espera de um gol chorado, e isso quando sai gol! No vôlei há um TIME, não tem como nenhuma estrela ficar na banheira esperando a bola vir pra fazer o gol e levar a fama, o vôlei exige a participação de todos, em todas as posições praticamente. Ganhando ou perdendo (acontece às vezes...), a responsabilidade é conjunta, não tem como ter omissão de ninguém.  


E a vibração a cada ponto? Sem dancinhas ou gracinhas do tipo Neymar e Robinho, no vôlei há aquela garra, vibração enérgica que se verifica até na seleção feminina! Não tem como, se ganhar dar a fama ao atacante, nem se perder, por a culpa no goleiro, talvez a única coisa em comum é poder culpar o técnico... Mas, ainda assim há uma distância de anos luz entre a competência de Bernardinho e Dunga, que este último está só começando enquanto o outro já é velho de guerra!


Me lembro que na Copa do Mundo de 2006 de futebol, quando o Parreira e seus pupilos voltaram com o sonho do Hexa entre as pernas e cantando "Epitáfio" dos Titãs (isso lá é música tema de alguma coisa, que não um funeral?), logo após, os pupilos do Bernardinho conquistava o mesmo Hexa na Liga Mundial de Vôlei! 
Agora, quatro anos depois, o Dunga leva outra seleção para correr atrás do Hexa perdido, e o mesmo Bernardo leva os teus para conquistar o nono título. É pra quem quer ou pra quem pode?

Seleção de vôlei renovada, mas de acordo com os dois primeiros jogos da liga (Brasil x Bulgária) não deixam nada a desejar, mantém ainda grandes nomes (por mérito, não por estrelismo) como Giba, Dante, o líbero Serginho, Rodrigão, e mais um outro nome que fazia uma espécie de figuração em anos anteriores vêm crescendo como Murilo Endres, irmão do antigo membro Gustavo, e marido da Jaqueline, da seleção feminina. Murilo tem se revelado, está como maior pontuador da seleção brasileira, em dois jogos, ao final como não estará! 

Por estas e por outras, eu guardo minha torcida para a seleção do Bernardinho, sem contar que -espírito esportivo à parte- eles são muito mais bonitos que os do futebol! Entre Murilo e Kaká, Giba e Júlio Cézar ( que são os mais ou menos do futebol) eu prefiro Murilo e Giba! Mas, ainda que o Gianecchini jogasse para o Dunga, não teria motivação nenhuma pra entrar no espírito da Copa. 


Esta é a verdadeira seleção:

Bruno Mossa de Rezende - levantador

Dante do Amaral - ponteiro 
Éder Carbonera - meio de rede
Fabrício Dias - oposto
Gilberto Filho, Giba - ponteiro
João Paulo Bravo - ponteiro
João Paulo Tavares - oposto
Leandro Vissotto - oposto
Lucas Saatkamp, Lucão - meio de rede
Marlon Yared - levantador
Mário Júnior - líbero
Maurício Silva - ponteiro
Murilo Endres - ponteiro
Ricardo Bermudez Garcia, Ricardinho - levantador
Rodrigo Santana, Rodrigão - meio de rede
Sandro de Carvalho - levantador
Sérgio Dutra, Escadinha - líbero
Sidnei Júnior, Sidão - meio de rede
Théo Fabricio Lopes - oposto
Thiago Enrique Barth - meio de rede
Thiago Alves - ponteiro
Wallace de Souza - oposto

Post Scripitum:


Percebe-se que Bernardinho convocou o Ricardinho, ótimo levantador, que foi cortado na véspera dos jogos Panamericanos de 2007 por discussão com o técnico. Dizem que não sabem a razão  da briga. Mas quem substituiu Ricardinho foi Bruno Rezende, filho de Bernardinho... Nada é perfeito!