domingo, 10 de dezembro de 2017

ETEC - Trampolim de uma nova história



Nos últimos seis anos posso dizer que passei a comemorar meu nascimento em dois meses diferentes: Janeiro, que é o mês do meu aniversário, e Junho, que foi a data que iniciei meus estudos na segunda turma de ADM da recém inaugurada ETEC de Francisco Morato.

Quem me conhece já sabe da minha longa temporada isolada do mundo após ter terminado o ensino médio. Mas hoje quero contar um pouco sobre um momento que marcou o nascimento de uma nova Camila.

Um belo dia, lá estava eu em casa, como sempre, e meu amigo da vida toda Adilson, passou lá para me visitar. Não me lembro se tinha um motivo específico, acho que o barato foi isso, aparentemente não tinha razão especial nenhuma que o levasse até lá, mas ele foi. E foi ele quem me contou que o governo do Estado tinha construído uma ETEC na cidade, e perguntou por que eu não tentava me matricular. Realmente, a escola tinha na ocasião menos de seis meses de vida e as matrículas para a turma que iniciaria no segundo semestre do ano estavam abertas. Detalhe: era o último dia de inscrição. 

Não dava para pensar muito. E eu pensando muito acabaria desistindo da oportunidade. Liguei o computador e me inscrevi. Descobri que tinha uma taxa para pagar... Ferrou! Eu não trabalhava! Recorri a meu irmão que gentilmente colaborou com o pagamento, e por guardar meus planos em segredo até que eu fizesse o vestibulinho e passasse. Se eu não passasse o assunto morreria ali sem ninguém entrar em desespero.

Então eu fiz a prova, coloquei minha prima na roda. Ela topou. Entramos juntas em Junho de 2010 na ETEC. Éramos respectivamente a 9 e a 10 na chamada! Nem sei como eu consegui tanto apoio em pouco tempo, só Deus explica. E há quem duvide Dele!

O Centro Paula Souza (incluo todas as ETEC's e FATEC'S) é um coração que pulsa numa sintonia fora do comum. Ou pelo menos era naquele tempo. Professores, quase todos, de uma competência ímpar. Verdadeiros mestres, pessoas encantadoras. Qualidade de ensino de deixar muitas uniesquinas que se dizem dez no chinelo! 

E não bastasse o ensino, as pessoas que conheci lá, marcaram para sempre minha história. A pessoa mais especial que eu conheci lá fui eu. Sim, eu mesma. A Camila adulta que eu desconhecia. A turma era mista, tinha os da minha idade, os mais velhos e os mais novos, mas não tinha crise, na hora de reunir para a finalidade do curso cada um mostrava a que veio e convenhamos: galerinha boa! E eu estranhamente consegui algo inédito na minha vida, me dar bem com todos, de todas as faixas etárias, alunos, professores, até a galera de "Info", que tentou trazer a rivalidade que existia entre ADM x INFO de Franco da Rocha, mas para mim tava tudo junto e misturado trago amigos infos até hoje!

Não tinha espaço para baixa autoestima. Até a zoação era saudável. Transitava entre todos os grupos, embora tivesse o meu próprio grupo no início, que foi se desfazendo por que o pessoal foi desistindo a cada semestre. Mas desistir não era opção para mim. Nem passou pela minha cabeça. Eu simplesmente estava amando a experiência e me surpreendendo com meu potencial.

Depois da ETEC eu comecei a trabalhar, fiz um pequeno estágio na prefeitura, depois entrei na Fidelity, que é outra escola para quem sabe dar valor. Fiz a faculdade, me formei. Fiz outro curso na FGV que aliás foi outra turma linda que conheci. Fui promovida na empresa. Fiz uma especialização on line em Análise de Processos que, sim é a minha área embora há quem diga que não. E tudo isso em seis anos!

E falo que muito da profissional que eu sou eu devo aos meus professores da ETEC e aos meus colegas que pude ter a alegria de reencontrar depois de tanto tempo! Embora existam aqueles a quem sou mais chegada que outros, sinto um carinho profundo por todos. E agradeço imensamente a Deus por tudo. Eu não precioso entender Deus para crer. E Ele não precisa ser entendido para tocar nossas vidas e nossos corações.

Veja também Banda Impacto na ETEC

domingo, 23 de julho de 2017

Minhas Top Voices do Rock - Chester Bennington




* 20 - 03 - 1976 † 20 - 07 - 2017


No mês de abril deste ano listei num post quais eram os meus seis vocalistas de Rock prediletos, e entre eles estava Chester Bennington, do Linkin Park (ver aqui). Jamais imaginaria que três meses depois o mundo perderia Chester e com ele uma das vozes mais sensacionais do estilo, potente, afinada e doce ao mesmo tempo.

Não me recordo exatamente quando começou minha história com a banda, talvez ouvindo as músicas que meu irmão tocava. Lembro que em dezembro 2012 tomei conhecimento de duas músicas que não faziam parte das Playlists das rádios: My December (2002) e The Messenger (2010), as quais me foram passadas por uma pessoa que estava fazendo treinamento comigo na empresa que ainda trabalho agora; duas canções que seguem comigo até hoje. Também tenho no meu computador coletâneas da banda desde 2000, BBC, ao vivo em Nottingham, Texas, e outros.

Não sou daquelas fanáticas por artista nenhum, mas quando eu admiro alguém eu abro um espacinho todo especial no meu coração. Por isso mesmo quando soube pela internet da notícia da morte de Bennington tomei um choque, meus olhos lacrimejaram e fiquei feito boba repetindo suas músicas no meu celular.

Como eu não domino inglês, fui revisitar as letras das canções de Chester e quão assustada fiquei ao perceber que todas elas, quase sem exceção, eram verdadeiros gritos de desespero, de uma pessoa sufocada pela depressão, engolida por seus medos e sofrimentos:


Estou cansado de ser o que você quer que eu seja
Me sentindo tão sem fé, perdido sob a superfície
Não sei o que você está esperando de mim 
Colocado sob pressão 
De andar com seus sapatos 
 Numb 

Eu tentei tanto e cheguei tão longe 
Mas no fim, isso não tem mais importância 
Eu tive que cair, que perder tudo 
Mas no fim isso não tem mais importância
In the End

Rastejando dentro da minha pele 
Estas feridas, eles não curarão
Medo é o que me derruba 
Confundindo o que é real  
Crawling

O que eu fiz 
Eu vou me encarar 
Para eliminar o que eu me tornei 
Me apagar 
e deixo ir o que eu fiz  
What I've Done

Eu quero me curar, eu quero sentir 
O que eu nunca achei que fosse real
Quero me livrar da dor que eu senti durante tanto tempo 
(apagar toda a dor até que ela se acabe) 
Eu quero me curar, eu quero sentir 
Como se estivesse perto de algo real 
Eu quero encontrar algo que sempre quis 
Lugar ao qual eu pertenço  
Somewhere I Belong

Tudo fica tão mais triste quando o grito de socorro foi dado e tantos ouviram mas ninguém realmente escutou...

Minha esperança é que no seu último segundo ele tenha percebido que o amor de Deus é o único que sempre está acessível enquanto estamos em vida, e que tenha crido mesmo sem conseguir se livrar da corda em seu pescoço.

sábado, 20 de maio de 2017

Anais da História do Facebook



Ok, ok eu aumento, mas não invento, parafraseando Nelson Rubens! Ontem a tarde viralizou na rede uma gafe de digitação do Globo News na manchete de uma notícia sobre a JBS e Temer. Quem divulgou foi o ator e comunicador Oscar Filho, que dizia: "Dono da JBS grava Temer dando anal para compra de silêncio de Cunha". Não sei se de fato aconteceu ou se foi uma montagem típica das redes sociais. Entendo, contudo que a palavra correta ao contexto seria aval.



O curioso é o tipo de discussões que esse tipo de publicação gera, não só esta, mas o Facebook, Instagram, Twitter e afins acaba estimulando o professor Pasquale que há em cada um, o juiz, o presidente da república, e toda autoridade no assunto em questão.

A mais engraçada em relação a manchete, que se eu não tivesse lido eu não acreditaria, foi uma discussão acalorada sobre o pobre e discriminado termo 'anal' que injustamente é utilizado com um significado pejorativo (eu tive uma professora que usava muito esse termo 'pejorativo'), mas que não tinha erro nenhum na frase pois anal tem um grande significado...

Neste momento da discussão (que infelizmente não ocorreu no contexto original da publicação do Oscar Filho, adoraria saber a reação de um especialista em Standup Comedy sobre os debates anais) fiquei imaginando se o ponto de vista exposto era real ou uma piada, que o tom catedrático em defesa das palavras injustiçadas era só uma ironia. Não era! Parece que o buraco era mais embaixo.

Como falar sobre origem de palavras é um tema de pessoal interesse, nunca tinha pensado num outro significado para 'anal' além do mais conhecido e reconhecido deles, fui pesquisar. Um deles foi apontado na nobre discussão, anal é um sinônimo de anual, ou seja, que dura um ano ou acontece uma vez por ano. Ainda bem que inventaram este sinônimo! Já pensou? Além de prova oral também existiria a prova anal (o Enem seria uma modalidade).

O segundo sentido omitido na discussão em razão da qual ela nem existiria não fosse pela recusa em aplica-lo à palavra foi o relacionado a ânus. Descobri que ano e ânus tem a mesma origem etimológica! Ambas tem origem no latim annus ou annum, que significa o tempo em que a Terra dá uma volta completa ao redor do sol.

Uma volta lembra circunferência, que é o formato do orifício ao fim do intestino grosso para eliminação de fezes e gases, chamado (acredito que por isso) de ânus. Embora não tenha achado referência oficial sobre a história da circunferência nenhum dicionário, estudo linguístico ou professor formado contesta que as palavras têm a mesma origem etimológica com sentidos diversos e que ambas estão corretas desde que usadas em seu contexto.

Quantos ânus você tem? Um
Quantos anos você tem? Hah adivinha!

Anal, logo, tanto pode se referir a alguma ocorrência que acontece por ano (aniversário) como coisas que acontecem no ânus (hemorróidas). E não menos importante e sem nenhum sentido depreciativo o exame de próstata, ou toque retal após os 45 anos de idade vem aproximar o ânus de uma tarefa anal, ou seja, realizada anualmente. Espero que na ocasião ninguém tenha problemas com a nomenclatura das palavras para tentar fugir do exame, para seu próprio bem. E viva a Língua Portuguesa!

Meu sincero respeito aos comentadores deste episódio. Não fosse por vocês eu teria um repertório a menos no meu dicionário, que, aliás, vai continuar guardado porque eu não pretendo usar anal em seu sentido menos usual, não é necessário; está bem suprido por anual. Mas conhecimento nunca é demais. Agradeço também ao Globo News que se tivesse colocado a grafia correta aval nem discussões acaloradas nem assunto para o meu post teria surgido! Filho (Oscar) vou dar um jeito de saber sua opinião... Brincadeira! Twitter? Calma, não é para tanto. 


Importante lembrar que a língua portuguesa não trata apenas de palavras mas de contexto. Bom aprender que anal tem outro significado, mas não muda o fato de que no contexto nenhum dos dois se aplica, ou pelo menos as intimidades do Michel Temer não entrou nos detalhes da delação da JBS.

Esta discussão entrará para os anais da história do Facebook

Fonte de Referência: 




domingo, 14 de maio de 2017

Rodrigo Teaser - Nasce uma Estrela



“Em toda minha vida eu tive apenas dois sonhos: conhecer o Michael e ter uma carreira”

Essas são as palavras de Rodrigo Teaser, ditas em muitos lugares, ouvi pela primeira vez na entrevista que ele deu ao meu irmão Rodrigo Lourenço no #AIPOD o Podcast do Blog do Rodman em 2015, entrevista temporariamente indisponível na Web, (assim espero) e a outra no show do Teatro Polythema em Jundiaí de 13 de Maio de 2017. Rodrigo nascido em São Paulo em 11 de Abril de 1980 é um cantor e compositor que ficou conhecido por ser o mais famoso cover de Michael Jackson o Rei do Pop. Como ele mesmo conta desde criança imitava o astro nos programas infantis da TV, e com o tempo todo seu empenho tinha como objetivo tornar-se um chamariz da atenção do Michael.

Aos 13 anos em 1993 Rodrigo foi aos dois shows do Michael Jackson no Brasil (num deles o meu outro irmão Luciano Lourenço estava lá – adoro falar isso!). Foi o primeiro show da vida do menino Rodrigo e simplesmente o melhor do mundo, nunca haverá nada igual. Infelizmente em 2009 Michael Jackson faleceu antes que pudesse conhecê-lo pessoalmente, e por pouco Rodrigo não desistiu de seu trabalho de cover tendo que resistir naquele momento triste ao assédio fúnebre da mídia tentando estripar ao máximo a carreira e todas as coisas boas silenciadas pela própria imprensa do rei do pop.


Ele não se vendeu nesse momento, e talvez isso seja algo que nós fãs do Michael mais amamos no Rodrigo Teaser: ele é fiel à essência do Michael, como nós sobreviveu fora da época da internet a todo tipo de lixo midiático sobre a pessoa de Michael, sua conduta e seu caráter. Uma frase foi dita num programa de rádio uma vez (Debates do Paulo Lopes na Rádio Capital) “a comoção do público com a morte de Michael Jackson foi um tapa na cara da mídia que tudo fez para diminui-lo”. E é tão bom ver no Rodrigo coisas que eu sei bem como é, e que tão poucos entendem.

Ainda bem que além dos atributos performáticos, o talento, a voz, Rodrigo conseguiu entender a persistência do Michael, e aos poucos retomou os palcos, e conta que seu show de Tributo ao Michael sofreu muito preconceito, ridicularizarão, “quem ia querer sair de casa para ver isso?” diziam. Ao contrário do que estas pessoas pensaram não é só uma imitação, isso muitos fazem, é um tributo, uma homenagem, um ato de amor por quem ofereceu muitas coisas boas ao mundo e que estão aí até hoje, arte, estilo, música, moda, amor, talento, beleza, amor, amor... Coisa que exala do nosso garoto brasileiro! Tanto que atraiu a atenção do coreógrafo do Michael, Lavelle Smith que se ofereceu (pensa!) para participar de um dos shows do tributo. Certamente teria atraído o próprio Michael Jackson.




Foi emocionante assistir ao vivo seu show. No original de Michael Jackson tinha o momento onde o público iluminava a plateia com isqueiros acesos, no de Rodrigo Teaser em Jundiaí ao que parece, pela sua emoção no relato da sua página oficial do Instagram, pela primeira vez foram utilizadas as lanternas dos nossos celulares. 





“O aplauso que eu recebo num show não é 100% para mim, porque eu estou fazendo a arte dele”. Eis a questão que dá título a esse post! No show tributo que assisti Rodrigo começou e terminou apresentando suas músicas e videoclipes não como Michael, mas como Rodrigo Teaser. E eu vejo uma estrela, não necessariamente nascendo, mas ganhando visibilidade, influenciada como muitos pela arte de Michael Jackson, mas com particularidades bem Teaser, músicas em português. Listo a seguir minhas principais sensações sobre esse artista:

  • A risada espontânea mais gostosa de ouvir;
  • A emoção transparente no rosto numa essência tão Michael Jackson num jeito tão Rodrigo; 
  • Tipo físico tão brasileiro comparado ao perfil magrinho de Michael (entendedoras entenderão). 
  • Uma humildade grande com a lembrança sempre viva que todo o seu trabalho (mesmo sendo o melhor no que se propôs a fazer) é só um reflexo do sucesso do Michael.
  • Parece que agora tenho dois irmãos chamado Rodrigo.

Ainda têm poucas músicas em carreira própria divulgadas, mas se seguirem todas a linha da canção Hey temos o início de uma linda trajetória, e nem 100% dos aplausos foram para o Michael, mas pela generosidade com que nos trouxe essa arte. As palmas de “uwo que máximo” são para o Michael, mas o “muito obrigado” e “você é sensacional” são sem dúvidas para Rodrigo Teaser! Porque o amor vive para sempre. 

Música Hey:


terça-feira, 9 de maio de 2017

Depois de Você



Eu não tinha lido o livro “Como eu e era antes de você” de Jojo Moyes quando fui ao cinema assistir ao filme. Não li, pois seu lançamento foi muito modinha, em cada canto que eu ia tinha alguém (ou mais de um alguém) com um exemplar em mãos, e tudo que causa comoção geral me deixa desconfiada. 


Guardei minha curiosidade para o lançamento do filme, sem ler nenhuma resenha sobre o livro, nem deixar nenhum dos meus conhecidos que leram e acharam “lindo” me contar o final. Pelo menos me poupei da revolta clássica de achar que o filme ficou devendo ao livro. Mas não saí menos revoltada da sala do cinema. Isso foi ano passado, e não escrevi antes, pois simplesmente achei uma história muito desprezível para merecer destaque. Fiquei e continuo me perguntando o que essa trama e principalmente seu desfecho tem de lindo?

Está bem! Sem ser radical, a trilha sonora do filme é razoável, até hoje quando ouço “Unsteady” de X-Ambassadors, lembro de Louisa Clark e do babaca Will Traynor. O mesmo vale para as músicas “Surprise Yourself” de Jack Garratt; “Numb” de Max Jury, “Photograph” de Ed Sheeran, entre outras. A fotografia, os cenários e o elenco também foram bem bacanas, e digo isso sem nenhuma influência dos trabalhos passados dos protagonistas, pois não assisti Emilia Clarke em Game of Thrones nem Sam Claflin em Jogos Vorazes.

Talvez se eu tivesse saído do cinema antes do fim, e nunca tivesse buscado saber qual foi o fatídico final, eu também o achasse lindo. Mas como bem disse o ator e dublador J. Grant Albrecht o enredo é "uma forma de romantizar a covardia". Isto dito por um cadeirante devido doença que atingiu sua medula. Não é só uma questão de preferir o final clássico hollywoodiano do viveram felizes para sempre, como a autora disse em entrevista, mas é uma questão básica de que a vida não é tão rasa para que uma decisão suicida possa solucionar. O homem não é Deus.

Apesar do desconforto com o filme, resolvi dar uma chance a Jojo Moyos de tentar salvar seu enredo, sei lá, busquei uma justificativa, algo que lhe desse algum sentido ao desfecho de sua obra anterior. Então resolvi ler a sequência do livro: "Depois de Você". Não só para saber o que aconteceu com a jovem Lou Clark depois da morte de Will, mas particularmente, tentar entender o que aconteceu com autora após Will Traynor.

Para quem não leu nem assistiu o primeiro filme Will Traynor, é um bonitão de família rica, atlético que sofre um acidente de motocicleta, fica tetraplégico e perde a vontade de viver. Então apesar de todo um romance intenso com Louisa Clark, ele decide pelo suicídio assistido (eutanásia) numa clínica chamada Dignitas na Suiça.

Em Depois de você, a história se esvazia mais ainda quando a autora nos lembra que o encontro entre Lou e Will durou apenas seis meses. Considerando todo o tempo que ele mal olhava na cara dela, até ela o conquistar, o romance mesmo não deve ter passado de três meses. E Will já estava tetraplégico há algum tempo quando Lou chegou a sua vida. Sua decisão já estava tomada.

Na nova trama, Lou continua com seu estigma de fracassada, apesar da boa condição em que Will a deixou, com um teto e matrícula na faculdade, esta última Lou não aproveitou. Não se tratava de recursos financeiros, mas de perspectiva de futuro. A autora tenta induzir a ideia de que a mídia e a vizinhança de Stortfold culpava Louisa por ter participado da morte de Will, e tenta reproduzir o peso dessa culpa na personagem, justificando assim sua paralisia emocional. A jovem não falava mais com a família, e morava sozinha no apartamento herdado de Will e trabalhava num bar de aeroporto. Homens em sua vida tinham finalidade sexual. Aqui comecei a sacar Moyos, mas explico mais a frente.

Numa certa noite, bêbada no telhado do seu apartamento, Louisa cai do quinto andar e sobrevive, e na ocasião conhece o paramédico Sam. Depois começou a participar de um grupo de apoio chamado “Seguindo em Frente” para pessoas que precisavam se recuperar da morte de um ente querido, onde conheceu Jacke, sobrinho de Sam. O grupo era algo tipo alcoólicos anônimos, realizado num salão de uma denominação pentecostal. Não, as reuniões não tinha nenhuma conotação cristã, do início ao fim de todas elas Deus e o Senhor Jesus estava fora de todas as abordagens. Comecei a entender mais ainda Sra. Moyos.

Depois aparece Lily, a filha bastarda de Will Traynor, que nem mesmo ele sabia que existia, filha de uma ex-namorada dos tempos de faculdade, como todas as outras (inclusive a própria Lou) jogadas para escanteio por causa do egoísmo de Will. Rejeitada pela mãe, que trocava de marido como quem troca de roupa, a jovem bêbada e drogada vem parar na porta de Louisa Clark querendo saber notícias de como era o falecido pai.

E aí seguem algumas cenas patéticas, com a junção de duas bêbadas num mesmo cenário, uma com mais idade que a outra, mas tão vazias quanto. Por mais natural que a autora tenha feito parecer ser compartilhar um baseado, achei muito desnecessário. Louisa apresenta a menina para os pais de Will, mas o Sr. Traynor já estava com outra esposa grávida já por dar a luz, e a Sra. Traynor havia se isolado numa casa muito mais modesta que o castelo em alguma cidadezinha e vivia sob efeito de remédios.

A menina revoltada por não ter espaço para ela na vida de ninguém passa por aquelas situações constrangedora que adolescentes rebeldes passam: Sexo, drogas, e hipsters, sim até Rock In Roll está em baixa pela propaganda hipster do livro. Lou Clark divide sua própria história de bebida e estupro, como se fosse um ritual natural para toda adolescente.

No meio tempo, Sam o paramédico, começa a se envolver com Louisa, e ele era o apaixonado da história, vivendo sobre o fantasma do finado Traynor. Era como se a passagem de Will pela sua vida fosse motivo para ela nunca mais se entregar de verdade para ninguém. Mas entrega para autora é apenas sentimental, sensorial podia, tanto que em dado momento o próprio Sam reclamou de ser um objeto sexual de Lou, e que ela simplesmente se recusava a deixar Will partir. No final das contas, por mais especial e atraente que o personagem de Sam tenha se mostrado, Louisa resolve manter o relacionamento à distância para não perder uma oportunidade de emprego em Nova York, apoiada por todos. Lou a mulher 'independente'.

Uma das reflexões de Josy, a mãe de Lou, é uma nota digna de destaque. Em crise na relação com o marido porque se via as voltas com o movimento feminista, por influência de sua outra filha Treena, Josy estava deixando todas as suas antigas atividades domésticas por fazer, e desabafou:“Sempre estive satisfeita. Mas é como se eu tivesse passado trinta anos fazendo determinada coisa e agora tudo que leio, a televisão, os jornais, é como se todo mundo estivesse me dizendo que nada valeu a pena”.

Bingo! Todas as mensagens dos dois enredos da autora chegam à conclusão que nada vale a pena. Viver não vale a pena, manter um casamento não vale a pena, relacionamentos estáveis e seguros não valem a pena. Eutanásia, Feminismo, são formas de negar a existência de um Deus que é maior que tudo, e que é o único soberano sobre nossas vidas, que deu o lugar certo para tudo na criação, e achar que podemos fazer melhor que o plano Divino é apostasia! Só um criador justo e generoso é capaz de nos livrar dessas misérias humanas que somos, seja tetraplégicos, bêbados, drogados, blogueiras ou autoras de livros. E o pior é que essas mensagens lidas e assistidas viram best-sellers e arrancam lágrimas e comentários do tipo “ai que lindo”.

Numa passagem do livro, quando Louisa reencontra Lily que estava desaparecida a personagem narra “só consegui agradecer a algum Deus desconhecido e oferecer essas palavras: Will. Will... nós a encontramos.” Quem além de alguém sem fé, cita um deus desconhecido e oferece suas próprias obras se referindo a um morto? Final feliz é coisa de mulherzinha, superação é descanso espiritual está fora de moda, afinal dar cabo da própria vida é uma decisão que precisa ser respeitada sem julgamento (...?). Um final feliz é uma menina ousada pajeada pela família alienada e um homem completamente sem forças, desenhado apenas pela masculinidade física, que apenas servia Louisa Clark na cama, mesa e banho, mas não era um laço que a prendia em lugar algum.

Há notícias de um terceiro livro contando mais lenga lenga de Louisa Clark. Apesar de muito boa romancista, no sentido de saber conduzir a trama de uma forma que lemos até o último ponto na expectativa de vermos o fim que queremos, Jojo Moyos é apenas um instrumento do mundo, na perpetuação de ideias contrárias a Deus, não sei se consciente ou inconsciente. Vou continuar a ser como eu era antes de você (Moyos): conhecedora do Deus desconhecido, único, que pode libertar todos os doentes das suas prisões na carne (o corpo) e confortar os corações das mulheres em seus incríveis privilégios femininos sejam elas solteiras ou casadas; e descansada na certeza de que muitas coisas melhores foram destinadas para todo aquele que aceitar a bendita graça do evangelho.



sábado, 22 de abril de 2017

Geração Baleia Azul

Fonte: Google Imagens

Com essa repercussão do “jogo” a Baleia Azul na mídia, contando histórias de crianças e adolescentes suicidas, ouvi muitos comentários hostilizando as crianças e jovens de hoje como se fossem feitos de material humano diferente dos jovens do passado. Não, a geração baleia azul é filha de quem faz piada dizendo que na sua época a baleia era um chinelo Havaianas, da época em que quem comandava a TV eram os pais, telefone era luxo e quando muito tinha um aparelho fixo e a escola e a rua eram os únicos lugares onde essas crianças extravasavam suas depressões incolores. Mas quem de nós não conhece em nosso tempo de juventude uma história sobre um conhecido que se suicidou?

Falhamos. Não tenho filhos, mas não tiro meu corpo fora por causa disso. Tenho sobrinhos, e quase todos os meus colegas dos tempos de escola já tem seus filhos em idade suficiente para sofrer o assédio de Satanás. Não concordo também com a opinião de que o problema seja os celulares e a internet. Na verdade é só mais um meio que Satanás usa para nos atingir, todo o mundo está no maligno e o inimigo usa o que lhe é próprio, seja tecnologia avançada ou não.

Tomei muita surra de chinelo e cinto, muitas vezes injustamente, outras bem justas, e a reação solene era: ficar quieta no meu canto, pois calada eu já estava errada. O único capaz de corrigir sem margem de erro é Deus, mas não cabia a minha mãe ficar muito tempo pensando se eu estava certa ou errada senão ela perderia a oportunidade para me corrigir. Na dúvida chinelada!

Hoje palmada, chinelada é crime, é “violência” contra a criança. Hoje as Supers Nanny da vida ensinam a dialogar infinitamente sobre o erro cometido pela criança, ensina que a criança pode escolher o que comer, precisa colocar copinho diferente, prato diferente, destacar a criança a mesa para que ela aceite comer a refeição. Psicólogos e psicopedagogos que me perdoem. Na infância o que levava a mim e a meus irmãos para a mesa de jantar era a hora determinada pelo chamado da minha mãe, estando ou não com fome, tendo a minha comida preferida ou não, e com o tempo aprendi a não deixar comida sobrar no prato.

Hoje as mães precisam deixar suas crianças nas creches em tempo integral para trabalhar, e quando elas estão em casas nos feriados em férias, são deixadas em frente à televisão, ou ao computador e celular. Pelo menos elas estão quietas. Pensar que eu ficava irritada quando minha mãe se incomodava quando eu ficava muito tempo no quarto escrevendo! E pasme, eu usava apenas lápis e cadernos! Fácil, fácil de checar as “bobagens” (como ela dizia) depois.

Estamos nos tempos do senão: Faça isso senão eu não de dou aquilo, vá tomar banho senão não te compro aquilo outro. A criança abre o berreiro e recebe o que quer para parar de incomodar, e descaradamente saem rindo por ter conseguido o que queriam. Essas mesmas crianças há daqui não muitos anos, vai perceber que os seus chiliques só manipulavam seus pais, que o mundo não vai lhe dizer sim sempre, ou a bem da verdade, quase nunca vai dizer sim.

Não adianta criticar os jovens. O contexto em que eles foram inseridos é outro, e é uma realidade criada por nós. Induzidos pelo mal, sim. O inimigo não se dedicaria a destruir de tantas formas algo que não fosse precioso para Deus: a Família. Uma coisa é certa: pais dentro da sua casa sejam os pais que não se envergonham de ter levado chinelada, se acharem que precisam disciplinar, faça-o! Enquanto você está na internet por um lado lendo blá blá blá psicopedagógico, do outro seu filho pode estar na mesma rede ouvindo blá blá blá de Baleia Azul. Quem vai sair perdendo no final?

Não estou falando que surra é solução, mas que as relações entre pais e filhos do passado não eram as ideais, mas eram mais próximas, existia contato. Tudo muda, mas existe um lugar onde os conselhos nunca vencem a validade, e que não está condicionado a um tipo de geração: a Bíblia. Tanto faz se minha geração tinha pai e mãe, a de hoje tem só mãe, só pai, pai de um e mãe de outro, padrasto, madrastas. Os conselhos para o pai valem para os pais, de mãe valem para as mães e o dos filhos aos filhos. Para o contexto existem sábios conselhos também, mas são outros quinhentos.

Leia também: Depressão Incolor


sábado, 15 de abril de 2017

Papo de Menina: Minhas Top Voices do Rock




Na minha playlist jamais pode faltar pelo menos 1 hit na voz dos meus amores do rádio, do mp3, do Spotfy (...) que elenco abaixo:

N#1 - Chris Martin:




Vocalista da banda Coldplay, Chris emplaca 100% das canções lançadas e tem um timbre grave e aveludado (dizem os estudiosos que é um barítono). Seu solo de piano na canção Trouble é a música toque do meu telefone. Sou completamente apaixonada pelo trabalho de Chris e quase tive uma síncope por não ter conseguido comprar o ingresso para o show deles no Brasil em 2016*. Meus xodós da playlist são: Trouble, Up & Up; Strawberry Swing.

N#2 - Chad Kroeger



Vocalista da banda Nickelback, Chad com sua voz rouca me encantou desde a canção How You Remind Me. Muito me espantou ao fazer uma pesquisa para este post, saber que a Nickelback não goza de boa fama entre os principais formadores de opinião da mídia internacional. Vivi bem desconhecendo a opinião dos críticos e curtindo Savin Me, Never Gonna Be Alone (e as mina pira no refrão!), If Today Was Your Last Day e Feed The Machine.

N#3 - Anthony Kiedis



Vocalista da Banda Red Hot Chili Peppers, Kiedis tem uma figura muito peculiar, minha primeira memória da banda me remete a um bando de cabeludos fazendo careta num encarte da revista Carícia. A segunda memória foi a canção Under The Bridge tema de novela. Sua voz é uma delícia de ouvir e os videoclipes da banda são bem divertidos e coloridos. Minhas queridinhas são: Scar Tissue, Can't Stop e By The Way.

N#4 - Scott Stapp



Ex-vocalista da Banda Creed, ouvi essa voz abençoada pela primeira vez cantando My Sacrifice. Scott na contramão dos roqueiros é o bom moço, cristão, suas canções são quase todas mensagens de sua trajetória de vida pautada na fé, sem ser músicas ditas gospel. Minhas prediletas dos tempos do Creed e carreira solo são: Dont stop dancing; Time; Rain; New Day Coming e Broken.

N#5 - Chester Bennington**



Vocalista da banca Linkin Park, as primeiras canções onde ouvi a voz de Chester foram as barulhentas Crawling e Numb. Muito insensível de minha parte chamar as músicas de barulhentas, mas eu era muito nova para curtir a pegada, mesmo que uma delas começasse com a mais suave das várias vozes do cantor, sim ouvindo o solo isolado (capela) da música Numb dá para perceber as várias nuances que atinge o timbre dele (ouça aqui). Minhas músicas preferidas são: Leave Out All The Rest, What I've Done, In the End e The Messenger.  


N#6 - Daniel Johns



Vocalista (lindo!) da banda Silverchair, Daniel na juventude era o garotinho loiro com rostinho de bum bum de bebê, problemático, anoréxico e depressivo. Mas Dani era daqueles perturbados com uma sensibilidade artística genial. Suas fotos recentes daquele garotinho do passado só restaram os lindos olhos azuis no mais está muito melhor. Minhas top singles: Ana’s Song (Open Fire), Miss You Love, The Greatest View.


Tem vários outros hits “sagrados” que entram na minha playlist, mas o post ficaria muito longo! Amo muito tudo isso!


Post Scriptum: 

*Eu fui ao show do Coldplay em 2017!

** Infelizmente perdemos Chester Bennington meses após este post.

Leia também: Minhas Top Voices do Rock - Chester Bennington


sábado, 11 de março de 2017

Logan

 
Eu estou pegando carona no post do meu irmão no Blog do Rodman. Ninguém melhor que ele para sintetizar os detalhes desse filme que é simplesmente o melhor filme de heróis que já assisti! A coisa era tão séria que meu preferido ainda era o mela cuecas do Demolidor vivido pelo Ben Afleck. O mais odiado era Superman o Retorno, embora todos os outros não cheiravam nem fediam. Se quiserem leiam o post EU VI: LOGAN e depois voltem aqui!

Ao contrário do que acontece com outros personagens de quadrinhos, no caso do Logan tenho uma séria dificuldade de separar os enredos do Gibi, desenho e filmes. Assim com a voz do dublador Isaac Bardavid combina muito mais com o Hugh Jackman do que sua própria voz, por ser a primeira referência de voz para o Logan do desenho. Mas vou me ater a esse último filme, e, por favor, espero que não inventem outro ator para o Wolverine! Já basta a ridícula encenação de Tom Holland como Homem Aranha após a perfeita encarnação de Peter Parker por Tobey Maguire. 


Na minha versão menina, tenho que dizer: mulherada os brutos também amam! Christian Grey é o caramba! Já que o assunto é ignorância e brutalidade Logan é o cara! Está certo que tal qual a Glória Pires no Oscar não posso opinar por todos os filmes do Wolverine, pois fora os da saga X-Men, in solo só assisti o X-Men Origens, mas não me recordo que no auge do seu temperamento peculiar Logan tenha levantado a mão para uma mulher. Ao contrário, é o X-Men homem mais sensível de todos. 


Nesse filme apesar de voar sangue para todos os lados em grande parte das cenas, destaque total para os momentos de ternura: de Logan com o velho Xavier, do seu jeito torto protegendo o mentor de si mesmo e fazendo o que podia para conseguir os remédios para controlar as suas crises. Cenas simples de um homenzarrão colocando seu velho amigo cadeirante na cama, suas conversas “carinhosas” (quem assistiu sabe o porquê das aspas). Também teve o momento do Caliban bancando o ombro amigo perguntando se Logan não queria conversar sobre os motivos das suas insônias e sobre o prenúncio de Charles de que existiam mais mutantes por perto. Até suas cenas sozinho, viciado em bebida e em sua amargura, tem um toque de ternura e sentimento.


E depois que a garotinha Laura entrou em cena, aí pronto: Logan passa a ser o bom amigo, o bom filho e o bom pai, aí acaba com os corações femininos! Tudo bem que sua primeira atitude em relação à Laura foi deixá-la para trás enquanto uma multidão de carniceiros invadiam o terreno onde ele se alojava com Caliban e Xavier. Mas a tal filha sai de dentro do ambiente com a cabeça de um deles na mão. Logan tenta de toda forma não se apegar quando todos nós por trás da telona já sabíamos que ele não conseguiria pelo seu histórico de bom moço. A pequena Laura nasceu cuspida e escarrada com a forma do Wolverine, bruta, rústica, violenta e imensamente carinhosa e amorosa. Defensora leal dos seus entes queridos, corajosa. Como não se apaixonar por ela?

Sinceramente, agradeço a epifania que roteiristas e diretores tiveram ao construir a trama de Logan. Hugh Jackman (Ah o Hugh Jackman!), mesmo com o envelhecimento cenográfico fechou com chave de ouro sua interpretação do héroi, assim como Patrick Stewart na pele de Xavier (Maldito X-24 que interrompeu uma das cenas mais cuti cuti do filme!). Eu vivi pra ver! Quem ainda não viu, veja!


#GarrasDeAdamantiumMeAcudam!
#EuAmoWolverine!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Onde foi parar a Poesia?



Não sei por que motivo, razão, circunstância resolvi perguntar ao Google: onde foi parar a Poesia? E sabe o que ele me respondeu? “Patrícia Poeta foi irônica ao reverenciar William Bonner“. Foi aí que percebi que o problema da poesia é muito mais crítico, pois nem os algoritmos da web sabem do que se trata, e “poeta” é apenas sobrenome de jornalista da TV Globo.

Já contei aqui neste blog inúmeras vezes minha relação com a poesia, e por isso mesmo muito me dói ver a relação das pessoas modernas com essa arte. Ou a falta de. Nesse mesmo período do ano de 1922 estava ocorrendo em São Paulo a semana da Arte Moderna, onde diversos artistas plásticos, escritores, poetas, com o apoio do governo divulgaram suas obras com uma linguagem mais livre, menos conservadora, renovada.

Dali em diante a linguagem foi se libertando mais e mais, que abandonou até a correta grafia, algumas sílabas revoltaram-se contra suas vogais (se é q vc me entende), as rimas atuais mais citadas são falar com blá, blá, blá; esquece com chiclete, motel com infiel (temas da atualidade); maconha com onda (ou vergonha...), rimas cantadas nas chamadas “músicas”, sim por que poesia escrita pela simples arte não existe mais, nessa rotina on line resumida a mais leve lembrança do que um dia foi poesia fica nas canções.

Ainda existem algumas obras musicais dignas de contemplação, como as canções de Roberto Carlos, Arnaldo Antunes, Nando Reis, Marisa Monte. Victor e Leo no ramo sertanejo também possuem algumas poesias, mas não as que fazem sucesso nas rádios. Existe ocasião para tudo. Há espaço para o blá, blá, blá musical, justamente por que não se busca contemplação, intuição, sensibilidade, sentimento quando se ouve certas músicas. Mas não deixa de causar certo espanto e nostalgia.


The Thinker Figma Figure






sábado, 28 de janeiro de 2017

Ai que coisa feia!



Sem estudo e foragido da polícia. Estou falando de algum bandidinho das comunidades brasileiras? De algum ex-presidente? Não. Estou falando do homem mais rico do país: Eike Batista. Confesso que pouco sabia sobre esta personalidade curiosa; conhecia a sua fama pela riqueza, sua ostentação empreendedora, embora a primeira vez que me dei conta de sua existência foi após o Carnaval de 1998.

Lembro remotamente nesse ano a repercussão que deu um assessório no pescoço da Luma de Oliveira em homenagem ao seu então marido Eike Batista na passarela do samba. Tipo uma coleira, instrumentos usado para prender cachorro. Os cachorrinhos de madame geralmente possuem coleiras personalizadas.

Tudo bem, sem estudo é exagero. Ele apenas fez a obra de não concluir o que começou. Um “cursinho” de Engenharia Metalúrgica na Alemanha, que valor isso teria em sua vida? Sangue europeu, espírito empreendedor, sem dúvida um homem de sucesso no mundo dos negócios. Mas, uma de suas empresas OGX era do ramo do Petróleo, que lembra Petrobrás, Lava Jato... Brasil!

Eis que a grande persona sai das capas dos 70 bilionários da Revista Forbes para as colunas policiais das revistinhas de banca. Eis que temos um exemplo vivo de que todo o dinheiro, inteligência e sucesso do mundo não torna ninguém melhor que o bandidinho que rouba o que é dos outros no bairro vizinho. Sabe aquele traficante que fica ostentando roupa e tênis de marca conquistados com seu trabalho na boca? Ele também se orgulha do que tem e para todos os efeitos “ninguém sabe” o que ele realmente faz para ter tudo isso.

Realmente para sua carreira profissional não ter uma formação superior não fez muita diferença mesmo, Eike me parece aquelas personalidades que ganharam a vida no “carão”, no “blá, blá, blá” para inglês ver, ganhando fama no carisma, provavelmente deixando muito serviço porco as escondidas para os bobos que estudaram e entendiam do assunto arrumar. Pode ser que eu esteja enganada. Não ponho a mão no fogo. Mas para a realidade tupiniquim, curso superior serve para duas coisas: Para quem está cursando serve para pagar meia entrada no cinema, e para quem concluiu, serve para ter cela especial na cadeia! Cinema Eike consegue comprar uma centena deles (tem até filme sobre ele no forno esperando patrocínio!), já cela especial... vai ter que rebolar feito rainha de bateria!

Um típico membro da Elite branca que teve sua ascensão no período mais propício do país para negócios com lucros petrolíferos nos últimos 13 anos... Ops, mais elite branca não era oposição neste cenário?


Leia também: Estude!