sábado, 20 de maio de 2017

Anais da História do Facebook



Ok, ok eu aumento, mas não invento, parafraseando Nelson Rubens! Ontem a tarde viralizou na rede uma gafe de digitação do Globo News na manchete de uma notícia sobre a JBS e Temer. Quem divulgou foi o ator e comunicador Oscar Filho, que dizia: "Dono da JBS grava Temer dando anal para compra de silêncio de Cunha". Não sei se de fato aconteceu ou se foi uma montagem típica das redes sociais. Entendo, contudo que a palavra correta ao contexto seria aval.



O curioso é o tipo de discussões que esse tipo de publicação gera, não só esta, mas o Facebook, Instagram, Twitter e afins acaba estimulando o professor Pasquale que há em cada um, o juiz, o presidente da república, e toda autoridade no assunto em questão.

A mais engraçada em relação a manchete, que se eu não tivesse lido eu não acreditaria, foi uma discussão acalorada sobre o pobre e discriminado termo 'anal' que injustamente é utilizado com um significado pejorativo (eu tive uma professora que usava muito esse termo 'pejorativo'), mas que não tinha erro nenhum na frase pois anal tem um grande significado...

Neste momento da discussão (que infelizmente não ocorreu no contexto original da publicação do Oscar Filho, adoraria saber a reação de um especialista em Standup Comedy sobre os debates anais) fiquei imaginando se o ponto de vista exposto era real ou uma piada, que o tom catedrático em defesa das palavras injustiçadas era só uma ironia. Não era! Parece que o buraco era mais embaixo.

Como falar sobre origem de palavras é um tema de pessoal interesse, nunca tinha pensado num outro significado para 'anal' além do mais conhecido e reconhecido deles, fui pesquisar. Um deles foi apontado na nobre discussão, anal é um sinônimo de anual, ou seja, que dura um ano ou acontece uma vez por ano. Ainda bem que inventaram este sinônimo! Já pensou? Além de prova oral também existiria a prova anal (o Enem seria uma modalidade).

O segundo sentido omitido na discussão em razão da qual ela nem existiria não fosse pela recusa em aplica-lo à palavra foi o relacionado a ânus. Descobri que ano e ânus tem a mesma origem etimológica! Ambas tem origem no latim annus ou annum, que significa o tempo em que a Terra dá uma volta completa ao redor do sol.

Uma volta lembra circunferência, que é o formato do orifício ao fim do intestino grosso para eliminação de fezes e gases, chamado (acredito que por isso) de ânus. Embora não tenha achado referência oficial sobre a história da circunferência nenhum dicionário, estudo linguístico ou professor formado contesta que as palavras têm a mesma origem etimológica com sentidos diversos e que ambas estão corretas desde que usadas em seu contexto.

Quantos ânus você tem? Um
Quantos anos você tem? Hah adivinha!

Anal, logo, tanto pode se referir a alguma ocorrência que acontece por ano (aniversário) como coisas que acontecem no ânus (hemorróidas). E não menos importante e sem nenhum sentido depreciativo o exame de próstata, ou toque retal após os 45 anos de idade vem aproximar o ânus de uma tarefa anal, ou seja, realizada anualmente. Espero que na ocasião ninguém tenha problemas com a nomenclatura das palavras para tentar fugir do exame, para seu próprio bem. E viva a Língua Portuguesa!

Meu sincero respeito aos comentadores deste episódio. Não fosse por vocês eu teria um repertório a menos no meu dicionário, que, aliás, vai continuar guardado porque eu não pretendo usar anal em seu sentido menos usual, não é necessário; está bem suprido por anual. Mas conhecimento nunca é demais. Agradeço também ao Globo News que se tivesse colocado a grafia correta aval nem discussões acaloradas nem assunto para o meu post teria surgido! Filho (Oscar) vou dar um jeito de saber sua opinião... Brincadeira! Twitter? Calma, não é para tanto. 


Importante lembrar que a língua portuguesa não trata apenas de palavras mas de contexto. Bom aprender que anal tem outro significado, mas não muda o fato de que no contexto nenhum dos dois se aplica, ou pelo menos as intimidades do Michel Temer não entrou nos detalhes da delação da JBS.

Esta discussão entrará para os anais da história do Facebook

Fonte de Referência: 




domingo, 14 de maio de 2017

Rodrigo Teaser - Nasce uma Estrela



“Em toda minha vida eu tive apenas dois sonhos: conhecer o Michael e ter uma carreira”

Essas são as palavras de Rodrigo Teaser, ditas em muitos lugares, ouvi pela primeira vez na entrevista que ele deu ao meu irmão Rodrigo Lourenço no #AIPOD o Podcast do Blog do Rodman em 2015, entrevista temporariamente indisponível na Web, (assim espero) e a outra no show do Teatro Polythema em Jundiaí de 13 de Maio de 2017. Rodrigo nascido em São Paulo em 11 de Abril de 1980 é um cantor e compositor que ficou conhecido por ser o mais famoso cover de Michael Jackson o Rei do Pop. Como ele mesmo conta desde criança imitava o astro nos programas infantis da TV, e com o tempo todo seu empenho tinha como objetivo tornar-se um chamariz da atenção do Michael.

Aos 13 anos em 1993 Rodrigo foi aos dois shows do Michael Jackson no Brasil (num deles o meu outro irmão Luciano Lourenço estava lá – adoro falar isso!). Foi o primeiro show da vida do menino Rodrigo e simplesmente o melhor do mundo, nunca haverá nada igual. Infelizmente em 2009 Michael Jackson faleceu antes que pudesse conhecê-lo pessoalmente, e por pouco Rodrigo não desistiu de seu trabalho de cover tendo que resistir naquele momento triste ao assédio fúnebre da mídia tentando estripar ao máximo a carreira e todas as coisas boas silenciadas pela própria imprensa do rei do pop.


Ele não se vendeu nesse momento, e talvez isso seja algo que nós fãs do Michael mais amamos no Rodrigo Teaser: ele é fiel à essência do Michael, como nós sobreviveu fora da época da internet a todo tipo de lixo midiático sobre a pessoa de Michael, sua conduta e seu caráter. Uma frase foi dita num programa de rádio uma vez (Debates do Paulo Lopes na Rádio Capital) “a comoção do público com a morte de Michael Jackson foi um tapa na cara da mídia que tudo fez para diminui-lo”. E é tão bom ver no Rodrigo coisas que eu sei bem como é, e que tão poucos entendem.

Ainda bem que além dos atributos performáticos, o talento, a voz, Rodrigo conseguiu entender a persistência do Michael, e aos poucos retomou os palcos, e conta que seu show de Tributo ao Michael sofreu muito preconceito, ridicularizarão, “quem ia querer sair de casa para ver isso?” diziam. Ao contrário do que estas pessoas pensaram não é só uma imitação, isso muitos fazem, é um tributo, uma homenagem, um ato de amor por quem ofereceu muitas coisas boas ao mundo e que estão aí até hoje, arte, estilo, música, moda, amor, talento, beleza, amor, amor... Coisa que exala do nosso garoto brasileiro! Tanto que atraiu a atenção do coreógrafo do Michael, Lavelle Smith que se ofereceu (pensa!) para participar de um dos shows do tributo. Certamente teria atraído o próprio Michael Jackson.




Foi emocionante assistir ao vivo seu show. No original de Michael Jackson tinha o momento onde o público iluminava a plateia com isqueiros acesos, no de Rodrigo Teaser em Jundiaí ao que parece, pela sua emoção no relato da sua página oficial do Instagram, pela primeira vez foram utilizadas as lanternas dos nossos celulares. 





“O aplauso que eu recebo num show não é 100% para mim, porque eu estou fazendo a arte dele”. Eis a questão que dá título a esse post! No show tributo que assisti Rodrigo começou e terminou apresentando suas músicas e videoclipes não como Michael, mas como Rodrigo Teaser. E eu vejo uma estrela, não necessariamente nascendo, mas ganhando visibilidade, influenciada como muitos pela arte de Michael Jackson, mas com particularidades bem Teaser, músicas em português. Listo a seguir minhas principais sensações sobre esse artista:

  • A risada espontânea mais gostosa de ouvir;
  • A emoção transparente no rosto numa essência tão Michael Jackson num jeito tão Rodrigo; 
  • Tipo físico tão brasileiro comparado ao perfil magrinho de Michael (entendedoras entenderão). 
  • Uma humildade grande com a lembrança sempre viva que todo o seu trabalho (mesmo sendo o melhor no que se propôs a fazer) é só um reflexo do sucesso do Michael.
  • Parece que agora tenho dois irmãos chamado Rodrigo.

Ainda têm poucas músicas em carreira própria divulgadas, mas se seguirem todas a linha da canção Hey temos o início de uma linda trajetória, e nem 100% dos aplausos foram para o Michael, mas pela generosidade com que nos trouxe essa arte. As palmas de “uwo que máximo” são para o Michael, mas o “muito obrigado” e “você é sensacional” são sem dúvidas para Rodrigo Teaser! Porque o amor vive para sempre. 

Música Hey:


terça-feira, 9 de maio de 2017

Depois de Você



Eu não tinha lido o livro “Como eu e era antes de você” de Jojo Moyes quando fui ao cinema assistir ao filme. Não li, pois seu lançamento foi muito modinha, em cada canto que eu ia tinha alguém (ou mais de um alguém) com um exemplar em mãos, e tudo que causa comoção geral me deixa desconfiada. 


Guardei minha curiosidade para o lançamento do filme, sem ler nenhuma resenha sobre o livro, nem deixar nenhum dos meus conhecidos que leram e acharam “lindo” me contar o final. Pelo menos me poupei da revolta clássica de achar que o filme ficou devendo ao livro. Mas não saí menos revoltada da sala do cinema. Isso foi ano passado, e não escrevi antes, pois simplesmente achei uma história muito desprezível para merecer destaque. Fiquei e continuo me perguntando o que essa trama e principalmente seu desfecho tem de lindo?

Está bem! Sem ser radical, a trilha sonora do filme é razoável, até hoje quando ouço “Unsteady” de X-Ambassadors, lembro de Louisa Clark e do babaca Will Traynor. O mesmo vale para as músicas “Surprise Yourself” de Jack Garratt; “Numb” de Max Jury, “Photograph” de Ed Sheeran, entre outras. A fotografia, os cenários e o elenco também foram bem bacanas, e digo isso sem nenhuma influência dos trabalhos passados dos protagonistas, pois não assisti Emilia Clarke em Game of Thrones nem Sam Claflin em Jogos Vorazes.

Talvez se eu tivesse saído do cinema antes do fim, e nunca tivesse buscado saber qual foi o fatídico final, eu também o achasse lindo. Mas como bem disse o ator e dublador J. Grant Albrecht o enredo é "uma forma de romantizar a covardia". Isto dito por um cadeirante devido doença que atingiu sua medula. Não é só uma questão de preferir o final clássico hollywoodiano do viveram felizes para sempre, como a autora disse em entrevista, mas é uma questão básica de que a vida não é tão rasa para que uma decisão suicida possa solucionar. O homem não é Deus.

Apesar do desconforto com o filme, resolvi dar uma chance a Jojo Moyos de tentar salvar seu enredo, sei lá, busquei uma justificativa, algo que lhe desse algum sentido ao desfecho de sua obra anterior. Então resolvi ler a sequência do livro: "Depois de Você". Não só para saber o que aconteceu com a jovem Lou Clark depois da morte de Will, mas particularmente, tentar entender o que aconteceu com autora após Will Traynor.

Para quem não leu nem assistiu o primeiro filme Will Traynor, é um bonitão de família rica, atlético que sofre um acidente de motocicleta, fica tetraplégico e perde a vontade de viver. Então apesar de todo um romance intenso com Louisa Clark, ele decide pelo suicídio assistido (eutanásia) numa clínica chamada Dignitas na Suiça.

Em Depois de você, a história se esvazia mais ainda quando a autora nos lembra que o encontro entre Lou e Will durou apenas seis meses. Considerando todo o tempo que ele mal olhava na cara dela, até ela o conquistar, o romance mesmo não deve ter passado de três meses. E Will já estava tetraplégico há algum tempo quando Lou chegou a sua vida. Sua decisão já estava tomada.

Na nova trama, Lou continua com seu estigma de fracassada, apesar da boa condição em que Will a deixou, com um teto e matrícula na faculdade, esta última Lou não aproveitou. Não se tratava de recursos financeiros, mas de perspectiva de futuro. A autora tenta induzir a ideia de que a mídia e a vizinhança de Stortfold culpava Louisa por ter participado da morte de Will, e tenta reproduzir o peso dessa culpa na personagem, justificando assim sua paralisia emocional. A jovem não falava mais com a família, e morava sozinha no apartamento herdado de Will e trabalhava num bar de aeroporto. Homens em sua vida tinham finalidade sexual. Aqui comecei a sacar Moyos, mas explico mais a frente.

Numa certa noite, bêbada no telhado do seu apartamento, Louisa cai do quinto andar e sobrevive, e na ocasião conhece o paramédico Sam. Depois começou a participar de um grupo de apoio chamado “Seguindo em Frente” para pessoas que precisavam se recuperar da morte de um ente querido, onde conheceu Jacke, sobrinho de Sam. O grupo era algo tipo alcoólicos anônimos, realizado num salão de uma denominação pentecostal. Não, as reuniões não tinha nenhuma conotação cristã, do início ao fim de todas elas Deus e o Senhor Jesus estava fora de todas as abordagens. Comecei a entender mais ainda Sra. Moyos.

Depois aparece Lily, a filha bastarda de Will Traynor, que nem mesmo ele sabia que existia, filha de uma ex-namorada dos tempos de faculdade, como todas as outras (inclusive a própria Lou) jogadas para escanteio por causa do egoísmo de Will. Rejeitada pela mãe, que trocava de marido como quem troca de roupa, a jovem bêbada e drogada vem parar na porta de Louisa Clark querendo saber notícias de como era o falecido pai.

E aí seguem algumas cenas patéticas, com a junção de duas bêbadas num mesmo cenário, uma com mais idade que a outra, mas tão vazias quanto. Por mais natural que a autora tenha feito parecer ser compartilhar um baseado, achei muito desnecessário. Louisa apresenta a menina para os pais de Will, mas o Sr. Traynor já estava com outra esposa grávida já por dar a luz, e a Sra. Traynor havia se isolado numa casa muito mais modesta que o castelo em alguma cidadezinha e vivia sob efeito de remédios.

A menina revoltada por não ter espaço para ela na vida de ninguém passa por aquelas situações constrangedora que adolescentes rebeldes passam: Sexo, drogas, e hipsters, sim até Rock In Roll está em baixa pela propaganda hipster do livro. Lou Clark divide sua própria história de bebida e estupro, como se fosse um ritual natural para toda adolescente.

No meio tempo, Sam o paramédico, começa a se envolver com Louisa, e ele era o apaixonado da história, vivendo sobre o fantasma do finado Traynor. Era como se a passagem de Will pela sua vida fosse motivo para ela nunca mais se entregar de verdade para ninguém. Mas entrega para autora é apenas sentimental, sensorial podia, tanto que em dado momento o próprio Sam reclamou de ser um objeto sexual de Lou, e que ela simplesmente se recusava a deixar Will partir. No final das contas, por mais especial e atraente que o personagem de Sam tenha se mostrado, Louisa resolve manter o relacionamento à distância para não perder uma oportunidade de emprego em Nova York, apoiada por todos. Lou a mulher 'independente'.

Uma das reflexões de Josy, a mãe de Lou, é uma nota digna de destaque. Em crise na relação com o marido porque se via as voltas com o movimento feminista, por influência de sua outra filha Treena, Josy estava deixando todas as suas antigas atividades domésticas por fazer, e desabafou:“Sempre estive satisfeita. Mas é como se eu tivesse passado trinta anos fazendo determinada coisa e agora tudo que leio, a televisão, os jornais, é como se todo mundo estivesse me dizendo que nada valeu a pena”.

Bingo! Todas as mensagens dos dois enredos da autora chegam à conclusão que nada vale a pena. Viver não vale a pena, manter um casamento não vale a pena, relacionamentos estáveis e seguros não valem a pena. Eutanásia, Feminismo, são formas de negar a existência de um Deus que é maior que tudo, e que é o único soberano sobre nossas vidas, que deu o lugar certo para tudo na criação, e achar que podemos fazer melhor que o plano Divino é apostasia! Só um criador justo e generoso é capaz de nos livrar dessas misérias humanas que somos, seja tetraplégicos, bêbados, drogados, blogueiras ou autoras de livros. E o pior é que essas mensagens lidas e assistidas viram best-sellers e arrancam lágrimas e comentários do tipo “ai que lindo”.

Numa passagem do livro, quando Louisa reencontra Lily que estava desaparecida a personagem narra “só consegui agradecer a algum Deus desconhecido e oferecer essas palavras: Will. Will... nós a encontramos.” Quem além de alguém sem fé, cita um deus desconhecido e oferece suas próprias obras se referindo a um morto? Final feliz é coisa de mulherzinha, superação é descanso espiritual está fora de moda, afinal dar cabo da própria vida é uma decisão que precisa ser respeitada sem julgamento (...?). Um final feliz é uma menina ousada pajeada pela família alienada e um homem completamente sem forças, desenhado apenas pela masculinidade física, que apenas servia Louisa Clark na cama, mesa e banho, mas não era um laço que a prendia em lugar algum.

Há notícias de um terceiro livro contando mais lenga lenga de Louisa Clark. Apesar de muito boa romancista, no sentido de saber conduzir a trama de uma forma que lemos até o último ponto na expectativa de vermos o fim que queremos, Jojo Moyos é apenas um instrumento do mundo, na perpetuação de ideias contrárias a Deus, não sei se consciente ou inconsciente. Vou continuar a ser como eu era antes de você (Moyos): conhecedora do Deus desconhecido, único, que pode libertar todos os doentes das suas prisões na carne (o corpo) e confortar os corações das mulheres em seus incríveis privilégios femininos sejam elas solteiras ou casadas; e descansada na certeza de que muitas coisas melhores foram destinadas para todo aquele que aceitar a bendita graça do evangelho.