terça-feira, 13 de outubro de 2020

Viajando pelo Campo dos Sonhos


Depois que resolvi assumir de vez meu lado escritora, também comecei a perceber escritores ao redor, e como eles fazem para divulgar os trabalhos. Pois bem, lá estava eu no meu passeio pelo Parque dos Sonhos e numa lojinha de souvenires, eis que me deparo com um livrinho de capa branca, com uma bela ilustração, chamado Viajando pelo Campo dos Sonhos.

Procurei dentro do livro informações sobre o autor. Na capa dizia que era de autoria de Sylvio Panza. Folheei, notei que o autor se inspirou depois da estadia de uma semana no mesmo Hotel Fazenda que estive. 

Apesar de fino, o livro é gracioso e bem escrito. O autor de contos infantis tem um estilo todo particular, e que atraiu minha atenção. Tanto pelo simples prazer de dar crédito a um escritor novo, quanto pela leitura.

Lembrei-me das reflexões que escrevi quando fiquei hospedada no Hotel MarAzul em Cananeias:

Eram seis horas da manhã quando fiz o check-in no hotel e já de primeira me encantei com o lugar, a recepção, as pessoas, tudo. O local: Cananeias, uma Ilha no litoral sul. Descobri pouco antes da viagem que Cananeias fazia divisa com Avaré e Praia Morena, onde meu pai tinha abandonado um terreno que tinha... abandonado um terreno vizinho ao paraíso!

Me senti livre. Aqueles dois dias que passei ali foi como se eu tivesse conectada por um fio com a natureza, aquele lugar era a expressão mais sublime de uma natureza saudável. O hotel desembocava direto no mar. Imagine a sensação de acordar pela manhã, sair na sacada e dar de cara com o mar, caminhar um pouco mais e embarcar direto na balsa e sair navegando pelo mar cheio de golfinhos! E foi assim minha estadia naquele lugar. A balsa levava à uma ilha vizinha.

A areia às vezes branca, às vezes pedregosa por conta da maré que subia me remetia aos meus poemas, onde sem conhecer descrevia ondas e o mar salgado. A temperatura do dia era quente, apesar da estação ser inverno, próximo ao início da primavera, e de estar frio nos arredores fora do litoral. O dia estava maravilhoso!

Era um lugar de gente muito bonita, a começar pela família anfitriã do hotel, a tradicional família Begliomini. Dignos de nota. Fiquei imaginando um romance naquele lugar, naquele mar azul! Será que estaria entre os habitante dali o meu grande amor? Pensar que eu poderia estar morando ali na vizinhança desde criança!

Poucas coisas me deixam tão em estado de magia quanto a natureza e a poesia, que são quase complementares uma à outra. Por muito tempo eu havia perdido esse meu velho hábito de me enamorar com as obras divinas, apreciar a beleza de uma planta, uma flor, uma árvore, os desenhos da areia em torno do mar, o dançar das ondas! Ah como é bom banhar-se no mar!

Às vezes perdemos muito tempo com as coisas feias que escolhem nos mostrar por aí, tudo parece não ter sentido e estar caminhando para um perverso fim. Política, doenças, tragédias, consequências das ações humanas, tornam tudo nebuloso e sem esperança. Mas coisas tão simples quando caminhar descalço na areia, ou na terra em geral, já recarregam nossas baterias e nos enchem de energia para continuar nossa caminhada!

Cada novo lugar que eu conhecia sozinha já era uma grande vitória, depois de um intenso período de isolamento social por motivo de saúde, cada conquista tinha um peso de glória infinito, e aquele paraíso tornou o meu triunfo ainda mais terno ao coração. Que bom seria se todo mundo soubesse se reconectar, perceber que as belezas do mundo lá fora, e do que vai aqui dentro de nós não vão nunca aparecer na TV, mas existem!



Lança Gloriosa

Como pode ó coração
Tornar-se cativo assim?
Que beleza, que emoção,
Nasceu aqui dentro de mim!

O sol nasce e o sol se põe,
Na sacada da pousada,
De onde brota o mar e o amor
De onde parte o teu corsário;

Parte rumo ao horizonte,
Com a bela praia em torno
Ó, belo cruzaste a ponte
Que em paz aguarda retorno!

Perdi-me em tuas ondas,
Sol cortante feito vidro,
Me marcaste como a lança
Gloriosa do cupido!

Como pode ó coração,
Embalar-me nesta dança?
Mar azul, inspiração,
Paraíso de águas mansas.


Meu livro não está disponível para venda no Hotel em Cananeias. Ainda... A ideia é boa! Meu livro não é dedicado àquela ilha maravilhosa, mas é inspiração.

Decidi prestigiar a minha turma. Minha amiga Nina Sena, o professor Cézar Vaz, e autores desconhecidos cuja obra me chama atenção, como esta. Quem sabe consigo mais inspiração e coragem para colocar o meu projeto na praça?

Recomendo!


Instagram Parque dos Sonhos 
Instagram Hotel Marazul

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