sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Uma Introdução ao Pensamento Crítico nas Escolas


Estava assistindo uma aula que falava sobre a importância do pensamento crítico. Lembrei de uma foto da internet: um banheiro pichado dizendo “Escola sem Pensamento Cítrico Não é Escola”.




Todo o cenário seria cômico se não fosse trágico: uma pichação - numa escola - com dizeres escrito de forma errada.

Será que o pensamento cítrico era alguma corrente filosófica recente que não conheci ainda? Seria uma características de pensamentos ácidos?

Fica evidente naquela imagem que a educação está num processo de degeneração. Muitas mães que conheço reclamam que seus filhos não sabem ler ou escrever. Chegam na quarta série sem saber o básico para ler um Gibi da Mônica, ou uma legenda na TV.

Alguém pode dizer que a cena da foto foi só um erro na escrita. As palavras têm as mesma letras. Sim é possível. E também pode ser que nem tenham percebido o erro. Por não distinguir uma palavra da outra, ou seu sentido, podem crer que se expressaram de forma correta.

Nenhuma das opções justifica depredarem um local público, mesmo virando meme no Twitter. Eles pretendiam exatamente o contrário, mostrar o valor da educação. 


E o que o pensamento crítico (não o cítrico) pode nos trazer de bom nesse assunto? Dá para se perguntar:

  1. Onde falhamos?
  2. Por que nossas crianças não estão sendo estimuladas a aprender a ler e escrever?
  3. Quais os métodos usados pelas escolas públicas e privadas?
  4. Os resultados obtidos não são provas do seu fracasso?

O Erro das últimas gerações foi delegar à escola a formação de valores morais e comportamentais. E o principal, o avanço cognitivo, o treino de habilidades orais e escritas ficaram em segundo plano. Como dá para ver pelos resultados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes)

De 79 países que fazem parte do Programa o Brasil ficou o com as seguintes faixas no ranking de 2018, segundo o portal Inep:

  • Leitura: 55º e 59º
  • Matemática: 69º e 72º
  • Ciências: 64º e 67º

Comparando com outros países, mesmo o Uruguai nosso vizinho, o desempenho do Brasil é triste. Enquanto isso querem politizar ou sexualizar nossas crianças. Tirando proveito de pais e mães muitos ocupados, que trabalham fora para sustentar a família. Isso falando só de economia, sem entrar no mérito do empoderamento feminino. Sem entrar no mérito que o salário do pai sozinho sustentava a família no passado.

  • Será que dá para mudar esse padrão?
  • Será que trazer valores e métodos que deram certo no passado não vale a pena? Pelo menos no básico, no b-a-ba?

Uma breve história

Falando nisso, eu aprendi a ler em casa, com minha mãe, pouco antes de entrar na escola. Nem eu, nem meu irmão fomos para pré-escola, mesmo assim já chegamos na escola sabendo ler e escrever e fazer conta de adição e subtração. Minha mãe era professora? Não! Minha mãe era do lar. Minha mãe tinha formado até o quarto ano do fundamental. O que ela tinha era tempo e vontade de nos mostrar o grande mundo do conhecimento.

E o que quero dizer não é sobre as mulheres ficarem em casa cuidando dos filhos. Embora eu adoraria a missão para cuidar dos meus que ainda não tenho. Quero dizer sobre o método. Ela ensinou do modo como aprendeu, sem ter a mínima ideia do conceito ou definição do método fônico ou fonético. É um método que prioriza o ensino dos sons dos grafemas do alfabeto, começando com as letras mais simples (vogais) até as mais complexas (consoantes) para, depois, utilizá-las para formar sílabas e palavras.

Lembro como hoje (e já faz tempo!) da minha mãe cortando cartolinas e desenhando um avião para representar o A, uma Igreja para o I, Uvas para o U, e assim de forma lúdica, ela ensinou os dois filhos mais novos. E na escola o método não era diferente na época. E foi eficaz.

Foi na escola também que ganhei meu primeiro livro de poesias. Não distribuído sem o menor mérito, ou sem nenhuma adição de valor ao conteúdo como hoje. Quantas vezes ganhei de jovens livros que eram dados nas escolas e que eles não tinham intenção de ler? Ganhei meu livro do Mário Quintana da diretora da minha escola.

Temos muito a contribuir com os nossos jovens. Consumidores vorazes de uma centena de séries e filmes. Com certeza estariam melhor preparados se tivessem recebido a estrutura cognitiva adequada para interpretar criticamente o que veem e leem. Seriam muito menos vítimas de ideias erradas ou de opiniões políticas que não agregam nada em relação aos valores mais sólidos de uma família.

O mais importante é dar o primeiro passo para que as crianças em formação voltem a ter o básico. Para os já formados, é bom plantar a semente da dúvida, que é a raiz do pensamento crítico. Como disse Sócrates “só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”. Existem muitas formas de educação complementar on line, que pode cobrir a deficiência deixada pela escola, para que esse aluno consiga cada vez mais interpretar os fatos. Nem sempre precisamos ter todas as respostas, precisamos fazer as perguntas certas.


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