sábado, 10 de dezembro de 2016

Welcome to the Jungle


Muitas vezes vivemos num clima a lá Guns N’ Roses em Welcome to the Jungle, um hino do Rock que se fosse o nosso hino nacional todos saberiam cantar de cor a primeira e segunda parte tamanha familiaridade com a realidade.

Bem-vinda à selva!

Sinta meu chicote

Oh, eu quero te ouvir gritar.

Bem-vinda à selva!

Fica pior a cada dia

Você aprende a viver como um animal

Na selva onde jogamos

Se você tem fome pelo que vê

Você consegue eventualmente

Você pode ter o que quiser

Mas é melhor você não tirar de mim 


Ninguém vive deitado eternamente em berço esplêndido, mas muitos dos brasileiros sentem o chicote estralar, não como os escravos sentiam, na pele, mas ainda assim sentem de alguma forma. Os Titãs fez algo parecido compondo “Homem Primata, capitalismo selvagem; Eu não trabalhava, eu não sabia, o homem criava e também destruia”.

Essas duas canções foram gritos de protesto, gritos bem antigos que se aplicam ainda a diversos cenários bem atuais. O problema é que o termo “Bem-vindo à selva não” é mais usado ironicamente, é uma política de adesão ao sistema, qualquer questionamento sobre o andamento das coisas alguém te lembra de que nas letrinhas do rodapé de algum contrato que assinamos devia ter a música do Guns e não foi lido: Bem-vinda à selva! Sinta meu chicote!

Adapte-se ou morra porque não vai mudar, não querem mudar, não sentem a necessidade de mudar. Simples assim. Só tem um porém: o homem não é um primata selvagem. O ambiente animal é o que é por causa dos instintos de sobrevivência somados a irracionalidade dos animais.

O homem que neutraliza seu raciocínio lógico, inteligência, sensibilidade, compaixão e diversas outras habilidades que só o homem que tem espírito, alma e corpo possui, acaba reduzido à um bicho da pior espécie ou ao mais singelo asno. E canta na maior inocência "bem-vinda a selva" orgulhoso de se comportar feito um primata.


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