terça-feira, 20 de outubro de 2020

20 de Outubro: Dia do Poeta



Hoje é dia do Poeta. Na semana em que conclui o registro autoral das minhas obras que reúno desde os 13 anos. Lapidei-as por várias vezes, outras não passaram de rascunhos, e algumas nasceram tão encantadoras que nunca pude mudar uma linha… mesmo quando eu as lia, me perguntava como pude escrevê-las com tamanha sensibilidade!

Será que mais alguém poderá perceber os efeitos que elas provocam? Fico pensando naqueles afetos que me inspiraram, capazes de se reconhecer em cada verso dedicado. Amores não vividos não foram menos amados, foram caminhos que se desencontraram numa bifurcação à frente.

Amor se transforma. É a certeza que guardo nessa vida. Se transforma em amizade, em versos, histórias, saudades. Quanto mais versos dedicados, maior era a medida do afeto. Claro que nem todos estão com a dedicatória explícita, amores não correspondidos serão sempre secretos, quem precisa saber?

Por mais triste que pareça, eles renderam-me belos versos, epifanias de sonhos, e uma riqueza de imaginação. E deixaram, claro, um terreno fértil preparado para aquele amor que será vivido de verdade, com todos os regalos digno de um poema de amor. Nem Camões pode descrever as bem aventuranças que me esperam!

Em breve trarei a público minhas poesias. Não tem mistério, quem gosta de música, gosta de poemas. São irmãs. Pode-se parecer que não tem intimidade com o estilo, mas basta ler uma vez mais, com os olhos da alma, aí fica fácil ouvir o coração do poeta. Até quem tem preguiça de ler consegue apreciar poemas. Eles são curtos, cabem no ritmo da respiração.

Poetisa, rosa, cheia de espinhos, botão em flor, perfumado. Que ressurge em cada primavera, apesar das estações em que esteve murcha e sedenta. Quem poderá apreciar sua beleza? aprender a lidar com seus espinhos? E vê-la enfim desabrochar?


Parabéns a todos os poetas!

Rosa-Dos-Ventos


Navega íntimos mares o tempo
Por caminhos que não se conhece
É guiado por rosas-de-vento
Por memórias que o tempo não esquece

Um momento vivido sem força
Que do peito breve desfalece,
Equilibra o tempo em sua balança
E até chamas antigas aquece;

Ilumina fagulhas que o vento
Arrastava despercebido
Uma vez acesas cá por dentro
Quando tinha o peito distraído;

Mas o tempo a sua hora se mostra
E desnuda-nos: - luz do destino -
Ondas que da praia não transborda
Mergulhando em paixões sem sentido

Faz da vida que era só lembrança
E um momento fugaz na memória
Ser um conto de fada às avessas,
Sentimentos repletos de glória!


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Viajando pelo Campo dos Sonhos


Depois que resolvi assumir de vez meu lado escritora, também comecei a perceber escritores ao redor, e como eles fazem para divulgar os trabalhos. Pois bem, lá estava eu no meu passeio pelo Parque dos Sonhos e numa lojinha de souvenires, eis que me deparo com um livrinho de capa branca, com uma bela ilustração, chamado Viajando pelo Campo dos Sonhos.

Procurei dentro do livro informações sobre o autor. Na capa dizia que era de autoria de Sylvio Panza. Folheei, notei que o autor se inspirou depois da estadia de uma semana no mesmo Hotel Fazenda que estive. 

Apesar de fino, o livro é gracioso e bem escrito. O autor de contos infantis tem um estilo todo particular, e que atraiu minha atenção. Tanto pelo simples prazer de dar crédito a um escritor novo, quanto pela leitura.

Lembrei-me das reflexões que escrevi quando fiquei hospedada no Hotel MarAzul em Cananeias:

Eram seis horas da manhã quando fiz o check-in no hotel e já de primeira me encantei com o lugar, a recepção, as pessoas, tudo. O local: Cananeias, uma Ilha no litoral sul. Descobri pouco antes da viagem que Cananeias fazia divisa com Avaré e Praia Morena, onde meu pai tinha abandonado um terreno que tinha... abandonado um terreno vizinho ao paraíso!

Me senti livre. Aqueles dois dias que passei ali foi como se eu tivesse conectada por um fio com a natureza, aquele lugar era a expressão mais sublime de uma natureza saudável. O hotel desembocava direto no mar. Imagine a sensação de acordar pela manhã, sair na sacada e dar de cara com o mar, caminhar um pouco mais e embarcar direto na balsa e sair navegando pelo mar cheio de golfinhos! E foi assim minha estadia naquele lugar. A balsa levava à uma ilha vizinha.

A areia às vezes branca, às vezes pedregosa por conta da maré que subia me remetia aos meus poemas, onde sem conhecer descrevia ondas e o mar salgado. A temperatura do dia era quente, apesar da estação ser inverno, próximo ao início da primavera, e de estar frio nos arredores fora do litoral. O dia estava maravilhoso!

Era um lugar de gente muito bonita, a começar pela família anfitriã do hotel, a tradicional família Begliomini. Dignos de nota. Fiquei imaginando um romance naquele lugar, naquele mar azul! Será que estaria entre os habitante dali o meu grande amor? Pensar que eu poderia estar morando ali na vizinhança desde criança!

Poucas coisas me deixam tão em estado de magia quanto a natureza e a poesia, que são quase complementares uma à outra. Por muito tempo eu havia perdido esse meu velho hábito de me enamorar com as obras divinas, apreciar a beleza de uma planta, uma flor, uma árvore, os desenhos da areia em torno do mar, o dançar das ondas! Ah como é bom banhar-se no mar!

Às vezes perdemos muito tempo com as coisas feias que escolhem nos mostrar por aí, tudo parece não ter sentido e estar caminhando para um perverso fim. Política, doenças, tragédias, consequências das ações humanas, tornam tudo nebuloso e sem esperança. Mas coisas tão simples quando caminhar descalço na areia, ou na terra em geral, já recarregam nossas baterias e nos enchem de energia para continuar nossa caminhada!

Cada novo lugar que eu conhecia sozinha já era uma grande vitória, depois de um intenso período de isolamento social por motivo de saúde, cada conquista tinha um peso de glória infinito, e aquele paraíso tornou o meu triunfo ainda mais terno ao coração. Que bom seria se todo mundo soubesse se reconectar, perceber que as belezas do mundo lá fora, e do que vai aqui dentro de nós não vão nunca aparecer na TV, mas existem!



Lança Gloriosa

Como pode ó coração
Tornar-se cativo assim?
Que beleza, que emoção,
Nasceu aqui dentro de mim!

O sol nasce e o sol se põe,
Na sacada da pousada,
De onde brota o mar e o amor
De onde parte o teu corsário;

Parte rumo ao horizonte,
Com a bela praia em torno
Ó, belo cruzaste a ponte
Que em paz aguarda retorno!

Perdi-me em tuas ondas,
Sol cortante feito vidro,
Me marcaste como a lança
Gloriosa do cupido!

Como pode ó coração,
Embalar-me nesta dança?
Mar azul, inspiração,
Paraíso de águas mansas.


Meu livro não está disponível para venda no Hotel em Cananeias. Ainda... A ideia é boa! Meu livro não é dedicado àquela ilha maravilhosa, mas é inspiração.

Decidi prestigiar a minha turma. Minha amiga Nina Sena, o professor Cézar Vaz, e autores desconhecidos cuja obra me chama atenção, como esta. Quem sabe consigo mais inspiração e coragem para colocar o meu projeto na praça?

Recomendo!


Instagram Parque dos Sonhos 
Instagram Hotel Marazul

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

5 lições que vivenciei no Parque dos Sonhos



  1. O medo é bom.
  2. Vencer o medo também.
  3. A opinião alheia não nos define.
  4. As obras de Deus são perfeitas
  5. Viver para Cristo é tudo.

O Parque dos Sonhos fica localizado na Serra da Mantiqueira, na cidade de Socorro em São Paulo, divisa com Minas Gerais. É uma fazenda sustentável que recebe visitantes de toda parte. Estive lá numa excursão, no meu último dia de férias. Precisava deixar as baterias recarregadas, e o que mais além da natureza cumpre essa função?

Nesse dia, pude praticar várias lições que aprendi ao longo da vida, outras nos últimos meses, e colocar minha fé a prova. Mesmo que ela já tenha sido colocada a prova muitas vezes. O lugar é enorme, encantador, e com pessoas a serviço muito empáticas. Todo o cenário ao redor é deslumbrante, a começar pelo percurso até chegar lá. Para quem gosta de paisagem, de mato verde, cachoeira, é perfeito.


O medo é bom


Uma das lições mais inteligentes que me passaram foi a ideia de que o medo é bom. O tempo todo nos dizem que o medo é ruim, paralisa, que o medroso é fraco, que bom mesmo é o corajoso, porque ele não sente medo.

Mas o medo protege. Se nunca sentíssemos medo, a raça humana já teria sido extinta, devorada por um predador ou consumida em alguma aventura perigosa. O medo é o alerta de um perigo, de uma situação indesejada.

Não é o medo que é ruim. O problema é não ter sabedoria para reagir a ele. Reagir ou tomar uma atitude. Ruim é não discernir o perigo real de um imaginário. O terror real daquele que está só na nossa cabeça, nos enlouquecendo, nos controlando, nos inibindo, e sugando nossa alegria de viver.

De nada adianta condenar o medo, e alimentar nossa impotência de atuar frente a ele. Como se o medo fosse um bicho papão com o qual ninguém pode lidar a não ser que seja muito rebelde, ou tenha uma coragem sobrenatural.

Vencer o medo também é bom


Qualquer um pode vencer o medo, quando enxergamos a realidade dos fatos. Quando sabemos com o que estamos lidando. Quando estamos conscientes dos riscos de seguir ou entendemos que é melhor ficar.

Essas lições eu pude vivenciar na tirolesa de 1600 metros de altura. Foi uma aventura. Foram três escalas. Existia um risco porque os equipamentos eram manuseados por mãos humanas. Por mais que eu creia que ninguém morre de véspera, e que eu só partiria na minha hora, durante o percurso nas cordas da tirolesa, lembrei de uma passagem bíblica que me fez tomar uma decisão, por melhor que tenha sido a experiência de coragem daquele “voo”.

A passagem:

E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.

Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

Foi divertido? Foi. Foi bacana vencer o medo? Sim. Faria de novo? Não. Não há propósito em se arriscar tanto. E tudo bem! Não é por falta de coragem, caso contrário não teria conseguido nenhuma vez. É uma questão de fé. Vencer o medo é bom, mas se colocar em risco para desafiar o medo pode ser apenas uma questão do ego, e não ter nada a ver com o nosso propósito de vida.

A opinião alheia não nos define


Em determinado momento, na cachoeira, apesar de já estar com roupa de banho mais recatada como de costume, um maiô, fui desafiada a fotografar sem a saia que estava usando junto com a peça de banho. Relutei dois minutos, depois aderi ao desafio.

Foi importante. O que mais me deixou contente naqueles momentos, foi estar ali para impulsionar a coragem da amiga que estava lá comigo. Para ela aquilo tinha um valor ainda maior. De repente, não importava tanto assim estar de maiô tomando banho de cachoeira por alguns minutos.

A opinião alheia em relação ao corpo um pouco fora de forma, a pele muito clara sem efeito do sol, não definia quem eu era. Mas entendi que não precisava provar nada para ninguém, nem me mostrando, nem me escondendo. Cedi a sugestão em solidariedade, e não perdi nada com o ato.

As obras de Deus são perfeitas


Aquele beleza toda regalou o espírito de Deus em mim. Senti toda aquela imensidão, que jamais seria obra de um acaso, e não pude deixar de ficar conectada a maior parte do tempo ao Criador, ao Seu Filho Jesus, Salvador.

Já começou no caminho, quando a guia da excursão nos presenteou com a mensagem “se estamos aqui é porque recebemos fôlego de vida, então sorria”. E era a mais pura verdade. Todos ali eramos sobreviventes, não só dos efeitos de uma “pandemia de Covid-19”, como de uma pandemia de medo, pânico, terrorismo, controle social, ansiedade, depressão e uma série de consequências que o isolamento social provoca.

Apesar disso Deus continuava brilhando, e se mostrando em suas obras fascinantes. A natureza é uma das criações que mais me reconectam a minha espiritualidade, junto com os estudos bíblicos.

Viver para Cristo é tudo


Com a fé fortalecida, sendo cristã (e não religiosa, ou evangélica, ou qualquer nome popular que tira o sentido real do que quero dizer) não chegaria em outra conclusão além do fato de que todas as minhas escolhas devem ser para Cristo e por Cristo.

Pode parecer que tirei um pouco o valor das minhas “conquistas”, seja a tirolesa, seja vencer a inibição de me expor de maiô. Porém, não é isso. É que o cristão não é do mundo, e por mais deslumbrados que a gente fique com as obras criadas, não é incrível que tenhamos bênçãos muito melhores nos céus?

É sempre bom manter os pés no chão e o coração nos céus!

Falando em pé…


Fiquei me questionando porque machuquei meu pé esquerdo naquele dia. A PNL, diz que o pé representa a certeza de onde pisamos. Ferimentos neles indicam que não estamos certos dos rumos que seguimos. E é verdade. 

Hoje ao descrever certos acontecimentos, percebi que estava muito sugestionável, e meu inconsciente mandou um recado: “cuidado onde pisa! Não seja imatura se deixando controlar pelas opiniões e vontades dos outros. Caminhe no seu tempo.”

Vivendo e aprendendo! 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

O Papel da Maternidade na Prevenção ao Câncer de Mama


Minha mãe é a caçula de oito filhos. Ela, por sua vez, teve quatro filhos. Suas duas filhas mulheres não tem nenhum.

Essa é a realidade de muitas mulheres da minha geração, muitas por escolha, outras por força das “circunstâncias”, como é o meu caso. Entre aspas, porque não deixa de ser resultado de uma escolha. Eu escolhi esperar e me casar antes. O casamento que ainda não veio…

No post anterior, 10 Famosas que Venceram o Câncer de Mama – O que elas têm em comum?, ao pesquisar a vida das famosas, não pude deixar de refletir sobre o papel da maternidade, e como a escolha por adiar, rejeitar a gravidez, ou mesmo ignorar a natureza maternal da mulher, traz algumas consequências.

Gravidez e Amamentação


De acordo com pesquisas da World Cancer Research Fund International, a gravidez ajuda na prevenção do câncer de mama porque interrompe os ciclos menstruais e reduz a exposição ao hormônio estrogênio, um dos fatores de risco de criação de células cancerígenas. 

A amamentação do bebê, por sua vez, provoca a esfoliação do tecido mamário, eliminando possíveis células doentes. Amamentar também reduz a concentração de estrogênio em circulação no organismo (Lactation and the risk of cancer).

Outras pesquisas afirmam que a gravidez quando ocorre por volta dos 22 aos 24 anos também tem potencial de prevenção. 
Intervalos com menos de 5 anos entre uma gravidez e outra também favorece a mulher. 

Por outro lado, mulheres que tiveram menstruação precoce e gravidez após os 30 anos de idade, ou em intervalos muito grandes, já é considerado de alto risco, pois a mulher já passou por muitas ovulações, e um período extenso de exposição a hormônios dos ciclos menstruais.

Sem contar as mulheres que usam hormônios anticoncepcionais. Oncologistas afirmam que não há estudos conclusivos sobre o efeito nocivo dos anticoncepcionais em relação ao câncer de mama, mas considerando que nossos próprios hormônios naturais são fator de risco, uma dose a mais de hormônios artificialmente injetados, não são lá grandes amigos do organismo. 

Mudanças de Valores x Grupo de Risco


Muito se fala sobre o sedentarismo, ingestão bebida alcoólica, excesso de peso, herança genética e tabagismo como fator de risco para o câncer. Mas, dá para considerar que outro fator seja a mudança de valores das mulheres

A maternidade deixou de ser um sonho, uma meta de vida. Deixou de fazer sentido como bênção de uma relação. Dá para deduzir disso que o número menor ou nulo de filhos ajudou no aumento de casos de câncer de mama.

Ainda conheço uma parcela de mulheres que são abertas à vida, mas grande parte está focada em carreira, em causas sociais, e várias outras coisas, e conscientes ou não da suas escolhas, permitiram-se postergar, reduzir o número de filhos ou simplesmente desistir da opção de serem mães.

Apesar dos meus trinta e poucos anos, nunca fui do grupo que prioriza carreira em detrimento de formar uma família. Ao contrário, por mim eu já teria uns 3 filhos! Agora por conta da idade, já faço parte do grupo de risco, mas tenho a vantagem de nunca ter sido exposta a bombas de hormônios anticoncepcionais.

Nunca esteve nos meus planos esperar tanto… porém, é uma questão de fé e princípios. Assim como as mulheres não estão tão comprometidas com formação de família, os homens também estão fascinados com tanta oportunidade. É compreensível. Não vou desviar minha rota por conta disso, porque aí vou provocar outras mágoas em mim que podem gerar outros problemas depois. 

Coração Leve


Ser do grupo de risco não é uma profecia fatal. É só um risco. Como citei no post anterior, é sempre tempo de olhar para as coisas que acontecem em nossas vidas com outro olhar. Deixar o coração mais leve

Adiar a maternidade não foi uma distração. Eu não deixei a vida passar sem que eu percebesse, e nem creio que a mulher moderna não precisa ter filhos. R
espeito quem pensa assim, mas em definitivo não é meu caso. Não é um destino obrigatório. É só um alerta.

Ainda há muito para confrontar sobre as escolhas e as circunstâncias que me trouxeram até aqui. Tenho que trabalhar o meu ranço dessa modernidade toda. Mas, não sou a única desse lado dos acontecimentos, eu só preciso aparecer mais um pouco para encontrar minha turma.

sábado, 3 de outubro de 2020

11 Famosas que Lutaram Contra o Câncer de Mama – O que elas têm em comum?



Começamos mais um mês em que a campanha do Outubro Rosa nos alerta sobre a prevenção do Câncer de Mama. Na verdade nos orienta a descobrir a doença no estágio inicial em que é mais fácil tratar.

Mas o que seria de fato a prevenção? O que é o câncer do ponto de vista neurolinguístico, que é a ciência que estuda a linguagem cognitiva e psicológicas dos pensamentos e como os interpretamos?

Segundo o psicanalista Pierre Marty (1918-1993) as excitações provocadas no indivíduo por diversas situações, precisam ser descarregadas e escoadas por meio da elaboração mental ou de comportamentos motores. Porém quando essas vias não são usadas, as excitações se acumulam e escoam pelos aparelhos somáticos.

A psicóloga e especialista em PNL Cristina Cairo afirma que problemas nos seios “significam descontentamento ou ressentimento profundo em relação às pessoas que desempenha o papel simbólico de pai, tais como marido, sogros, cunhados, etc.” A autora ainda diz que os seios “simbolizam doação e fluxo livre da vida”.

Mágoa não tratada, não superada ou perdoada cedo ou tarde se transforma em somatização. Mas até onde essas teorias têm fundamento? Podemos nos apoiar nelas para tentar prevenir de fato o câncer de mama, alterando as condições físicas ou genéticas que nos predispõe a essa doença? O que podemos absorver ao observar a vida de mulheres públicas que passaram por esse desafio?

Pontos em Comum entre as Famosas que Lutaram Contra o Câncer de Mama


Depressão e/ou Depressão pós-parto

Ana Furtado



Atriz, casou-se aos 23 anos com o diretor de televisão Boninho. Em 2007, aos 34 anos deu à luz a única filha, Isabela, e relatou ter sofrido de depressão pós parto. Não há relatos públicos de relação conturbada com o pai ou o marido. Descobriu o câncer em 2018, aos 45 anos.

Joana Fomm



Atriz, perdeu a mãe e uma irmã numa enchente quando tinha 4 anos. O pai a entregou para adoção a um casal de tios próximos. Aos 13 descobriu a adoção e teve a primeira crise de depressão. Conheceu o pai biológico aos 20 anos, se aproximou dele, mas o pai faleceu no ano seguinte, o que a fez entrar em depressão de novo.

Aos 36 anos teve o primeiro filho, e sofreu depressão pós-parto. O quadro evoluiu para síndrome do pânico. Em 2007, aos 68 anos teve câncer de mama. Queria ser avó, mas o filho, com quem mora junto, optou por não casar e nem ter filhos.

Arlete Salles



Atriz, relatou em entrevista ter tido depressão e síndrome do pânico em 1982, aos 40 anos. Não há relatos públicos de problema com pai ou afins. Descobriu o câncer de mama em 2014 aos 72 anos.

Kylie Minogue



Cantora, lançou em 1997 um álbum chamado Impossible Princess, onde ela citava como tema de inspiração de suas músicas, onde ela era co autora: o amor, depressão, raiva e autodescoberta.

É possível que o pai tenha ficado frustrado pela carreira artística da filha pela frase dita por ela em um evento para uma universidade: “Nunca fui à universidade, por isso meu pai ficará muito orgulhoso ao ver a foto”.

Aos 36 anos, Kylie descobriu o câncer de mama. Na época estava em relacionamento com o ator francês Olivier Martinez. Ela nunca teve filhos. Numa entrevista ela disse: “Tinha 36 anos quando fui diagnosticada. Com essa idade, já estava um pouco atrasada em certos assuntos”. Ela explica que o câncer a fez mudar de ideia sobre filhos, mas perdeu a oportunidade de ser mãe. Apesar disso procurou manter uma atitude positiva: “Não quero focar demasiado nisso, mas pergunto-me como teria sido. Todas as pessoas vão dizer que há outras opções, mas não sei…

Angelina Jolie



Não teve câncer de mamas, mas deu o que falar quando decidiu fazer uma mastectomia preventiva, e removeu as mamas depois de receber o diagnóstico de que tinha 87% de risco de ter a doença devido um gene BRCA1 defeituoso.

Jolie nasceu em 1975 e seus pais se separaram no ano seguinte. Quando adolescente ela teve problemas emocionais que a levaram a automutilação, insônia e distúrbio alimentar. Começou a usar drogas, e aos 20 anos já tinha experimentado todos os tipos de drogas, em especial heroína. Angelina Jolie teve episódios de depressão, e planejou suicídio aos 19 e 22 anos.

Jolie teve um relacionamento disfuncional com seu pai. Tentou se reconciliar com ele quando apareceram juntos em Lara Croft: Tomb Raider (2001). Mas logo depois ela entrou com petição para remover o sobrenome do pai, concedido em 2002. Jolie declarou que o pai traía a mãe, quando afirmou que não se envolveu com Brad Pitt enquanto ele ainda estava casado com Jennifer Aniston: "Ter intimidade com um homem casado, quando meu próprio pai traiu minha mãe, não é algo que eu poderia perdoar. Eu não poderia olhar para mim mesma de manhã se eu fizesse isso. Eu não me sentiria atraída por um homem que trairia sua esposa."

Sua mãe faleceu por câncer de ovário em 2007. Em 2013, aos 37 anos, Jolie passou por uma dupla mastectomia preventiva. Em 2015 retirou os ovários pelo mesmo risco.


Aborto

Brigitte Bardot



Atriz, em sua autobiografia, Brigitte relatou que se sentia ressentida pelos padrões rígidos de comportamento e vestuário impostos pelo pai, e por ter tido poucos amigos na infância, devido restrições da mãe.

Aos 16 anos se casou contra a vontade dos pais com o cineasta Roger Vadim, responsável pelo seu sucesso como atriz. A relação não durou muito pois ela o traiu com um dos atores do filme com quem contracenava. Brigitte ficou conhecida como devoradora de homens, pela rapidez com que terminava as relações e pela quantidade de parceiros ao longo da vida.

Aos 25 anos, casou forçada pela gravidez com o ator Jacques Charrier. Ela tentou um aborto, mas não conseguiu nenhuma clínica disposta a manter sigilo, pois já era seu terceiro aborto. Os outros ela realizou durante o casamento com Vadim. Brigitte abandonou o filho com o pai logo após a separação. Descobriu o câncer de mama em 1983 aos 49 anos e diz que tratou o câncer com desprezo, prestando pouca atenção.


Elba Ramalho



Cantora, provocou um aborto do primeiro filho aos 22 anos, depois que o namorado a abandonou. O filho Luã, que teve com o ator Mauricio Mattar nasceu prematuro de 8 meses devido a dificuldade dela engravidar e manter a gestação, consequências do aborto. Adotou mais três filhas, por não conseguir novas gestações.

Em 2010 quando teve o câncer de mama, aos 59 anos, estava, segundo ela, em um relacionamento abusivo, com um sanfoneiro, 33 anos mais jovem, alcoólatra e ciumento, que a perseguiu um ano por não concordar com o término do namoro.


Jane Fonda



Atriz, aos 12 anos perdeu a mãe, que se suicidou com problemas psiquiátricos. Jane é sobrevivente de um aborto, pois a mãe havia feito 9 abortos antes do nascimento de Jane e seu irmão. 

Os 9 abortos anteriores da mãe, e a tentativa de abortá-la deve ter causado fortes impressões psiquicas em Jane Fonda. Em março de 2017, a atriz revelou que foi violada, vítima de abuso sexual quando criança e despedida por não ter dormido com o chefe.

Numa entrevista Jane relatou: “Meu pai mandava minha madrasta me dizer para perder peso e usar saias mais longas”. Ou seja, viveu sob influência da madrasta, evidenciando a fraca presença paterna. 

Foi casada com o ex-marido de Brigitte Bardot, o cineasta Roger Vadim, que também a alçou ao estrelato. Jane teve uma filha com Vadim, e três outros com Tom Hayden, um biológico e dois adotivos. Descobriu o câncer de mama em 2010, aos 73 anos. 


Olivia Newton-John



Atriz e Cantora, se casou com um namorado de longa data, aos 36 anos, com quem teve a única filha Chloe. Olivia em sua biografia afirmou ter sofrido vários abortos espontâneos ao longo da relação. 

Aos 42 anos, o casal decidiu adotar um criança da Romênia, mas o casal desistiu da adoção, e se separaram cinco anos depois. Nesse intervalo, aos 44 anos (1992) Newton-John recebeu seu diagnóstico de câncer de mama no mesmo fim de semana em que seu pai morreu devido a um câncer terminal. 

Olivia também chegou a perder sua irmã, Rona, vítima de um câncer no cérebro em 2013. Também teve outros dois tumores de mama, em 2013 e 2017. Em sua biografia de 2018 citou “conturbados relacionamentos amorosos”.


Relacionamentos Abusivos


Patrícia Pillar



Atriz, filha de um oficial da marinha, foi casada com Ciro Gomes, conhecido entre outras coisas pela polêmica frase de que Patrícia Pillar era importante na campanha porque dormia com ele.

Na época que estiveram juntos, Ciro foi acusado de agredir fisicamente Patrícia. O casamento terminou em 2011, mas Patrícia só veio a público desmentir a suposta agressão física em 2018, para dar força de campanha ao então candidato à presidência Ciro Gomes. Não há outros relatos de relações conturbadas com outros pares ou o pai. 

Patrícia relata abertamente que não sente necessidade de ter filhos. "Quis ter meus amigos, meu trabalho, fazer minhas viagens... Fui protelando e acabou que não rolou. Depois que escolho, não fico remoendo, nem olhando para os outros", afirmou a atriz em entrevista. Descobriu o câncer em 2002, aos 38 anos. 


Sheryl Crow



Cantora, começou a namorar o ciclista Lance Armstrong em 2003, quando já tinha 41 anos. Nesse período ela sofreu com a depressão. Seu relacionamento durou até 2006, e segundo Armstrong em entrevista, o fim do romance ocorreu porque Sheryl queria casar e ter filhos e ele não, porque tinha saído de um divórcio. Ainda segundo ele “a pressão do relógio biológico dela destruiu a relação.” 

Não há relatos de agressão física ou psicológica de Lance para com Sheryl, no entanto os efeitos dessa relação dão indícios de fortes pressões psicológicas para ambos. Sheryl descobriu o câncer de mama meses após o término do relacionamento com Lance. Ela não teve filhos biológicos, mas adotou dois meninos. Em 2011 descobriu tumor benigno no cérebro. 

Sofrimento da Alma


Todas essas mulheres passaram por profundas dores na alma. Seja por uma gravidez, talvez num momento da carreira em que tivessem outros planos? O que gerou em umas depressão pós parto, em outras a provocação de um aborto. Outras mulheres, vindas de relações conturbadas com o parceiro ou os pais (ou ambos), passaram por crises de depressão. 

A maioria dos casos tinha relação com ter ou não filhos, querer ou não filhos, da própria pessoa ou dos pais, como nos casos de Jane Fonda, e talvez Angelina Jolie. Dramas muito comuns a nós mulheres

Tendo esse panorama em vista, não é muito fora de lugar considerar que mágoas de família e decisões duvidosas não cuidadas, mal elaboradas, como disse Marty, sejam de fato um dos estopins do câncer de mama, um dos fatores que desencadeiam o tal defeito nos genes BRCA1 e BRCA2. 

Verdade absoluta ou não, não custa nada, ou custa bem menos, a gente parar de se sobrecarregar com problemas que podemos superar ou dividir com alguém. Não precisamos carregar o mundo nas costas, nem centralizar as decisões de tudo.

Não é muito que a gente renove nossos pensamentos, nossa forma de olhar o mundo. Encaremos nossos monstros interiores para, com amor, direcioná-los para seu canto, canto do perdão, do esquecimento. Deixemos a vida fluir leve

Como disse um amigo muito especial: Ame-se! Espere menos dos outros, cada um faz o melhor que pode dentro dos próprios limites. Faça você o seu melhor. E saia das frequências negativas de quem tanto te irrita. Quando você parar de vibrar na mesma vibe, ela vai sair de perto de você, sem que você precise fazer nada a respeito. 

É meu desafio esse mês. O primeiro Outubro Rosa de uma nova fase de autoconhecimento. A meta é expurgar todos os monstrinhos que ainda restam, que podem estar procurando um canal de escoamento. 

O autoexame é muito importante, porque a essa altura, muitas mágoas podem já ter achado o caminho da somatização e detectar precocemente é fundamental.

No entanto, para quem ainda tem muitas mágoas, do pai, algum ex-namorado ou marido, algum chefe malvadão, padrasto, ou mesmo da mãe, que pode não ter cumprido a função dupla como muitas se gabam de fazer, ou qualquer outra mágoa, não importa do que ou de quem, pense que tudo isso precisa ser liberado o quanto antes. 

Pode ser que dê tempo de evitar um mal maior. Mas, se não der, tudo bem, trabalhe em conjunto com seu tratamento pela limpeza do seu coração, com a leveza da sua alma