terça-feira, 6 de outubro de 2020

O Papel da Maternidade na Prevenção ao Câncer de Mama


Minha mãe é a caçula de oito filhos. Ela, por sua vez, teve quatro filhos. Suas duas filhas mulheres não tem nenhum.

Essa é a realidade de muitas mulheres da minha geração, muitas por escolha, outras por força das “circunstâncias”, como é o meu caso. Entre aspas, porque não deixa de ser resultado de uma escolha. Eu escolhi esperar e me casar antes. O casamento que ainda não veio…

No post anterior, 10 Famosas que Venceram o Câncer de Mama – O que elas têm em comum?, ao pesquisar a vida das famosas, não pude deixar de refletir sobre o papel da maternidade, e como a escolha por adiar, rejeitar a gravidez, ou mesmo ignorar a natureza maternal da mulher, traz algumas consequências.

Gravidez e Amamentação


De acordo com pesquisas da World Cancer Research Fund International, a gravidez ajuda na prevenção do câncer de mama porque interrompe os ciclos menstruais e reduz a exposição ao hormônio estrogênio, um dos fatores de risco de criação de células cancerígenas. 

A amamentação do bebê, por sua vez, provoca a esfoliação do tecido mamário, eliminando possíveis células doentes. Amamentar também reduz a concentração de estrogênio em circulação no organismo (Lactation and the risk of cancer).

Outras pesquisas afirmam que a gravidez quando ocorre por volta dos 22 aos 24 anos também tem potencial de prevenção. 
Intervalos com menos de 5 anos entre uma gravidez e outra também favorece a mulher. 

Por outro lado, mulheres que tiveram menstruação precoce e gravidez após os 30 anos de idade, ou em intervalos muito grandes, já é considerado de alto risco, pois a mulher já passou por muitas ovulações, e um período extenso de exposição a hormônios dos ciclos menstruais.

Sem contar as mulheres que usam hormônios anticoncepcionais. Oncologistas afirmam que não há estudos conclusivos sobre o efeito nocivo dos anticoncepcionais em relação ao câncer de mama, mas considerando que nossos próprios hormônios naturais são fator de risco, uma dose a mais de hormônios artificialmente injetados, não são lá grandes amigos do organismo. 

Mudanças de Valores x Grupo de Risco


Muito se fala sobre o sedentarismo, ingestão bebida alcoólica, excesso de peso, herança genética e tabagismo como fator de risco para o câncer. Mas, dá para considerar que outro fator seja a mudança de valores das mulheres

A maternidade deixou de ser um sonho, uma meta de vida. Deixou de fazer sentido como bênção de uma relação. Dá para deduzir disso que o número menor ou nulo de filhos ajudou no aumento de casos de câncer de mama.

Ainda conheço uma parcela de mulheres que são abertas à vida, mas grande parte está focada em carreira, em causas sociais, e várias outras coisas, e conscientes ou não da suas escolhas, permitiram-se postergar, reduzir o número de filhos ou simplesmente desistir da opção de serem mães.

Apesar dos meus trinta e poucos anos, nunca fui do grupo que prioriza carreira em detrimento de formar uma família. Ao contrário, por mim eu já teria uns 3 filhos! Agora por conta da idade, já faço parte do grupo de risco, mas tenho a vantagem de nunca ter sido exposta a bombas de hormônios anticoncepcionais.

Nunca esteve nos meus planos esperar tanto… porém, é uma questão de fé e princípios. Assim como as mulheres não estão tão comprometidas com formação de família, os homens também estão fascinados com tanta oportunidade. É compreensível. Não vou desviar minha rota por conta disso, porque aí vou provocar outras mágoas em mim que podem gerar outros problemas depois. 

Coração Leve


Ser do grupo de risco não é uma profecia fatal. É só um risco. Como citei no post anterior, é sempre tempo de olhar para as coisas que acontecem em nossas vidas com outro olhar. Deixar o coração mais leve

Adiar a maternidade não foi uma distração. Eu não deixei a vida passar sem que eu percebesse, e nem creio que a mulher moderna não precisa ter filhos. R
espeito quem pensa assim, mas em definitivo não é meu caso. Não é um destino obrigatório. É só um alerta.

Ainda há muito para confrontar sobre as escolhas e as circunstâncias que me trouxeram até aqui. Tenho que trabalhar o meu ranço dessa modernidade toda. Mas, não sou a única desse lado dos acontecimentos, eu só preciso aparecer mais um pouco para encontrar minha turma.

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