NOITE
Cai o véu negro sobre as ruas
E faíscam luminárias,
No céu brilham as estrelas
Refletidas faróis d’água
A senhora na janela
Anciã de tantos netos
A uma estrela nunca aponta:
Dá verruga nos dedos...
O mar lento e paciente
Espera a lua, sua adorada,
E contempla-a tão ditoso,
Como pudesse alcançá-la!
O véu negro embala as almas
Num eterno brilho de ode,
Na ciranda de mãos dadas,
Nos rumores duma noite!
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