"Cada vez mais amadurecemos tarde e mal. Somos crianças
tendo crianças." Lya Luft
Sou ferrenha defensora das escolas e do ensino em geral, e
principalmente o público que teve um papel fundamental na minha formação. Por isso
mesmo eu sei o quanto são precários os recursos das escolas públicas e foge da
fantasia das propostas políticas!
Realidade de quem mora na esquina de uma escola pública:
A escola dá lanche na hora da saída. Geralmente maçãs.
Adivinha no portão de quem vem sobrar os restos das frutas?
Todos os dias os alunos saem da escola fazendo um barulho
bizarro, não lembro se minha turma era tão truculenta, só sei que celular
tocando funk não tinha! Adivinha onde eles se reúnem para trocar figurinhas, ou
às vezes para trocar tapas, socos e puxões de cabelo?
Final de ano letivo, os alunos saem aos gritos rasgando as
folhas dos cadernos e dos LIVROS DIDÁTICOS dados gratuitamente nas escolas.
Adivinha aonde vem parar essas folhas todas? Até as que ficaram mais acima o
vento ou eventualmente a chuva trazem para baixo.
Essa geração já é aquela que cresceu sem pai, nas creches ou
na casa da avó ou da vizinha enquanto a mãe trabalha. Essa é a geração onde as
mães vão bater na professora que disciplinou seu filho, coisa que ela não fez,
pois mal via a cara da criança. Geração cujos pais adotaram a política do
"não pode bater em criança". Gerações cujos pais reclamam que o
governo não dá UNIFORME e por isso os filhos não têm como ir à escola...
Geração que acha que pode bater nos professores, ou se criar para cima de professores
que possuem anos de profissão e antes deles nascerem de uma "noitada"
já lecionavam, provavelmente enquanto seus pais cabulavam aula.
Agora querem deixar essas criaturas em tempo integral nas
escolas? Pretendem aumentar o salário dos professores e dos demais funcionários
também? Criança precisa de família! Criança precisa de identidade, e quanto
mais distante da família mais eles vão se identificar com a cultura que lhes
impõem desde o berço: a rua.
No livro Perdas & Ganhos, Lya Luft compartilha a mesma
ideia, ela diz: “A fragilidade do relacionamento familiar ou suas eventuais
catástrofes, nossas inseguranças, o dilúvio de informações contraditórias para
as quais não temos muito discernimento, tornam cada vez mais difícil educar.
Então delegamos isso à creche, ao jardim, à escola, ao psicólogo, à turma de
amigos." Juventude não deve ser sinônimo de irresponsabilidade, que mãe
quer ver seu filho mal? O pior é que as influências nocivas desses métodos de
educação não são vistos em curto prazo, então parece realmente prático.
O Brasil não tem estrutura para implementar Escolas em Tempo
Integral. Vai virar apenas mais um depósito de gente igual as creches! Só não
comparo com os presídios porque neste último a tecnologia é mais avançada!
Não sou contra creches, embora eu não tenha frequentado
nenhuma, muito menos contra escolas, seria contraditório a essa altura do
campeonato. Sou contra o exagero, o relaxo, a irresponsabilidade, o abuso, pois
vejo de tudo desde mães que realmente precisam colocar a criança na creche a
mães que não mudam o turno no trabalho para não perder o auxílio creche dado
pela empresa! A empresa não paga para ela mesma cuidar do filho antes de ir
trabalhar.
Meu raciocínio é o seguinte: Venceu a licença a maternidade,
antes de completar 1 ano a criança vai para a creche e lá fica até entrar no
jardim, depois na escola, uma vez na escola ela fica período integral, depois
aos finais de semana inventa uma aula de dança, de natação, desenho qualquer
coisa que tire a criança de casa para facilitar a faxina, quando cresce essa
pessoa já não precisa dos pais, e ai destes se precisarem do filho!
Será exagero? Melhor errar por exagero que por negligência.
“Criar é inserir numa cultura que se sobrepõe ao natural.
Pode ser repetitivo e tedioso, problemático. Passamos do extremo da educação
rígida à deseducação simplista." Lya Luft
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