Quando um bebê começa a
crescer e se desenvolver a primeira expectativa é quando essa criança vai
começar a falar e engatinhar, quando ela engatinha logo vem a espera pelo
primeiro passo. Quem engatinha e anda, anda para frente, até podemos andar de
ré, mas ninguém ensina uma criança a dar o primeiro passo para trás.
A criança também pode dar
voltas num mesmo quarteirão quando o espaço é curto, mas se não fosse, ela
seguiria adiante. Quando crescemos o conceito se inverte. Essa palavra adiante vem do latim DE, “de”, mais INANTE, “à
frente”, é uma variante de adiantar.
Quando adolescente ouvi
muitos “não adianta” tentar, pedir, fazer, nada adiantava para quem me dizia.
Depois de adulta a mesma ladainha “não adianta”; sempre me questionei por quê.
Essa resposta ninguém me deu de forma satisfatória, inventaram uma série de
motivos nada convincentes saúde (ou suposta falta de), o clima, dinheiro (ou
falta de), prazo. Para mim o sinônimo de todos esses motivos era falta de
interesse em cooperar.
Geralmente, o raciocínio
de quem tenta deter nossos sonhos com essa ladainha é que existem coisas que
não voltam atrás, ou seja, às vezes temos alguma doença que a princípio nos
impede de fazer algo, pelo menos com a mesma facilidade do que a grande maioria
das pessoas. Aí por não poder fazer igual a conclusão imediata é que não
adianta tentar. O fato de algumas coisas não voltarem atrás não significa em
hipótese alguma que não podemos seguir em frente, tentar alternativas.
Tive tantas pedras de
tropeço na minha frente que quando aparecem outras sem um motivo convincente eu
fico com dois pés atrás e três adiante. Quando dou a chance de explicar, ficam
iguais crianças aprendendo a andar em espaço pequeno, dando voltas. Tentam nos
impor limites que elas mesmas colocam para si, ops! Acho que não fui muito
autentica nesta afirmação, na verdade é um clichê, ou nós criticamos nos outros
os nossos defeitos projetados ou podamos as qualidades que não temos coragem ou
capacidade de reproduzir.
Todos estão sujeitos a
essas duas vertentes, e agora o que eu mais quero é propagar uma qualidade que
eu adquiri a duras penas, que é correr atrás dos meus objetivos. Não passando
por cima dos outros, jamais, mas sempre que posso busco alternativas. A
corrupção, a injustiça, a pobreza são coisas que existem no mundo, e sempre vão
existir, mas muitas situações permaneceram e se acomodaram porque uns e outros
acharam que não adiantava tentar mudar. É muito melhor morrer tentando que
viver com a incerteza do que aconteceria se tivesse tentado. Pior é acreditar
que não dá sem tentar; isso tem nome: má-vontade.
Apesar de achar uma
inutilidade sem tamanho escalar o Everest, muitos morreram tentando, eles não
estariam mais felizes se não tivessem tentado. Acho que cheguei a um exemplo
extremo. Escalar o Everest é motivado pela vaidade, e isso é sempre ruim, mas
concentrando no verbo adiantar, é uma ação necessária que só existiu movido
pela vontade. A vontade que nos move também deve ser considerada.
O que eu ganhei batendo pé
contra todas essas situações? Simples, eu segui adiante. Não eram motivos
egoístas, eu queria trabalhar, estudar, namorar, noivar. Agora quero casar, ter
filhos, ser promovida na empresa. Nada disso se faz sozinho, são sonhos que se
sonha junto! Citando Raul Seixas. Infelizmente conheci pessoas que pareciam
sonhar comigo, mas na verdade elas apenas sustentavam um papel nada autêntico
que ao primeiro sopro de conflito mostraram a que vieram, ou o que não estavam
dispostos a fazer para colaborar.
Descobri cedo que só Deus
colabora comigo. E sendo assim todo o resto não importa, serve de testemunho para
quem possa estar na mesma situação. Meu próximo objetivo é aprender a fazer
diferente da mulher de Ló, não olhar para trás*, olhar para quem poderia ter
colaborado; para quem poderia ter sido amigo; se ficou para trás é por que não
era para seguir comigo.
*E a mulher de Ló olhou
para trás e ficou convertida numa estátua de sal. Gênesis 19:26
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