O termo Self
tem mais a nos dizer do que julga nossa vã filosofia! Antigamente encomendavam-se
Retratos Pictóricos, um grande pintor para retratar uma pessoa, famílias. Sorte
do senhor Da Vinci que não existia Smartphones na época em que pintou Mona Lisa!
No tempo das câmeras digitais existiam selfs,
autorretratos, mas não era modismo. Esse culto de si mesmo, sua autoimagem, é
reflexo da valorização da forma física, da embalagem. Você já recebeu um presente,
onde o embrulho estava tão bem feito que dava dó de abrir e ver o que tinha dentro?
Pois é, algumas selfs alheias que vejo dá dó de imaginar o que tem dentro.
As Redes Sociais são poços de vaidades. Preocupo-me,
porém, com a repercussão de alguns comportamentos na vida social real de uma
pessoa. Já vi fotos de perfil em redes profissionais, com belos rapazes sem
camisa, e moças com decotes nota dez no quesito comissão de frente! A falta de
noção está perdendo os limites!
E o que dizer das fotos no espelho? Não basta tirar uma
foto de si mesmo, à sua frente também deve ter o seu reflexo! Eu já tirei as duas modalidades de fotos, self
com e sem espelho, e por isso mesmo sei que é vaidade. Não exagero também! Não
interrompo uma conversa para tirar uma self, não tiro selfs no trem, no ônibus,
a toda hora. Quando parei para ajeitar a cadeira do cantor Arnaldo Antunes não
pedi a ele uma self, e olha que eu estava ali cara a cara com ele!
O advento do pau de self é para ampliar o ponto de
vista de si mesmo, para colocar mais pessoas ao seu redor. Concluo com um belo
poema do meu querido Mario Quintana:
O Auto Retrato
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário