Esperei ansiosamente pela estreia nos cinemas do filme O Pequeno Príncipe. Quem me acompanha sabe que sempre gostei da fábula de Antoine de Sant Exupéry, com sua delicadeza, e infinitos pontos de semelhança com minha vida.
Quando assisti ao trailer do filme, percebi que não seria apenas o enredo do livro representado nas telonas, outras personagens entrariam em cena para dar mais vida ao filme. E a personagem seria exatamente uma menininha sem nome, com uma mãe sem nome, que pode ser qualquer uma de nós que somos ou fomos garotas.
A mãe tinha por objetivo preparar a filha para a melhor carreira acadêmica que ela podia sonhar, e para isso a garota não poderia ter vida social. Vivia isolada em casa, estudando, sem amigos. Ela não podia ser menos do que perfeita. Até que um dia seu vizinho, um ex-aviador idoso, percebe sua solidão e começa a atrair a menina para uma grande aventura. A sua aventura com o pequeno príncipe.
O filme focou nas esquisitices dos adultos, que afinal era a principal crítica do livro, e ao mesmo tempo em que omitiu algumas personagens (como o bêbado, o acendedor de lampiões, o astrônomo e o geógrafo), apresentou-nos novas perspectivas do rei, do homem de negócios e o vaidoso, que em minha opinião é o protagonista de muitas histórias atuais. Além é claro da mãe sem nome, da menina sem nome. Faltava uma versão feminina de gente esquisita, e quer ser mais esquisito que uma mãe?
Mas o filme foi muito feliz, pois as personagens e o enredo adicional mantiveram a ternura do livro, o essencial invisível aos olhos. Na verdade me identifiquei tanto com a garotinha quanto tinha antes me identificado com o principezinho, ou com a raposa, que queria criar laços!
“Vivi, portanto só, sem amigos com quem pudesse realmente conversar”. Disse o aviador; Depois de adulto ele chegou a triste conclusão de que as coisas que não tem preço não tem valor nesse mundo. Eu, o aviador, o príncipe e a menina temos em comum a solidão, pela tremenda falta de habilidade em lidar com gente grande, ou mesmo com gente pequena metida a gente grande. Damos valor as pequenas coisas, questionamos tudo.
Não vou contar o final do filme, pois seria demais desagradável para quem não assistiu. Mas, de todas as obras de animação que já assisti, até mesmo pelo vínculo emocional que tenho com o petit prince, esta foi a melhor.
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