domingo, 3 de abril de 2016

Trabalhar no fim de semana, eu?


Brasileiro possui uma cultura que idolatra a sexta-feira, e onde o feriado prolongado é sagrado, e cujo ritual é comemorado com longas filas no trânsito e nas rodoviárias. Hoje muita gente comemora a sexta-feira mesmo que não vá fazer nada no fim de semana! 

“Quase sempre eu odiava as sextas-feiras e os fins de semana – e não via a hora que chegasse segunda-feira para que eu voltasse a trabalhar”. 


A frase acima é de Roberto Justus, citada em sua biografia Construindo uma Vida. Aparentemente fora do contexto da nossa pátria amada, salve, salve! Mas basta olhar as conquistas profissionais do empresário, seu sucesso em tudo que se propôs a fazer nos negócios, e não parece ser uma fórmula falha. Na verdade não é uma fórmula, é um perfil.

Confesso que procurei este livro exatamente para resolver este dilema: será que estou tão fora do padrão assim por não considerar o trabalho no fim de semana como critério para não aceitar uma vaga de emprego, ou não achar tão terrível assim ter que trabalhar enquanto muitos assistem o Domingo Legal? (...).

Será que o Roberto Justus chegou a ser quem é preocupado se teria ou não que trabalhar no fim de semana, ou namorando a sexta-feira em plena segunda? Parece que eu já sabia a resposta, só buscava um fundamento. E ninguém melhor que o próprio Justus para me dar a resposta. Não precisei ler mais que dezoito páginas do livro para encontra-la.

Idolatrar as folgas é um comportamento medíocre, como toda espécie de idolatria. Torna o profissional abaixo do próprio potencial, pois é nítido que sua vontade não é estar ali fazendo o que faz, mas bem longe. No mesmo livro Roberto cita outra frase: “Toda pessoa tem o sagrado direito de não gostar do que faz - só não tem o direito de continuar a fazer o que não gosta”. Era o que eu sempre pensava quando era operadora de Call Center e ouvia os colegas reclamando do serviço que executavam. Dizia: a porta da rua é serventia da casa!

A crítica não é pelo gozo da folga em si, para muitos é bem merecida, outros nem tanto. A questão é o desvirtuamento de um direito adquirido, e a conduta de muitos a respeito. Fico feliz por ter tantos princípios em comum com um dos mais espetaculares e competentes publicitários dos últimos tempos!

Mais frases:

“O melhor remédio para qualquer insegurança é trabalhar".

“A melhor política, em termos de negócios, é a agressividade: agressividade como expressão de um grande vigor para produzir, discutir, criar, inovar, administrar e buscar o que é melhor".

"Não se deve fazer nada sem que se tenha um objetivo muito preciso, muito bem definido. E especialmente sem uma boa dose de concentração no que está sendo feito".

"Os primeiros passos só são realmente difíceis para quem tem medo do que é novo".

“Em certos momentos - no meu caso, pelo menos, na maioria deles - as dificuldades são como um impulso”.

“Gostar do que se faz é importante exatamente por isso: em qualquer dificuldade que se enfrente, a dificuldade acaba sendo sempre menor que a paixão pelo trabalho”

“Dinheiro não traz felicidade - mas certamente felicidade ajuda a trazer dinheiro”.

“Sua equipe precisa se sentir segura com você. Para isso, certo ou errado, você precisa falar o que pensa, o que acredita - o que é uma atitude fundamental para relações de longo prazo”.

“É preciso muito bom senso (...) do contrário, é provável que as pessoas só se sintam obrigadas a cumprir o que foi pedido porque quem pediu foi o chefe - o que é o pior motivo do mundo para qualquer pessoa se dedicar a qualquer projeto”.

“Quem disse que em time que está ganhando não se mexe tem toda razão do mundo. Mas não mexer não quer dizer não melhorar”.

“Para saber se relacionar, é preciso saber se comunicar”.

“Sempre fui uma pessoa que falou sem rodeios o que pensa – nunca fui de usar meias palavras ou insinuações. Sou muito direto. Com o tempo, fui aprendendo que não se pode dizer sempre o que se pensa – é contraproducente".


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