sábado, 22 de outubro de 2016

Bara Berê



Nos meus áureos tempos de escola eu tinha os livros didáticos de Língua Portuguesa, e muitos deles eram repletos de poemas, e letras de músicas. As músicas mais comuns eram do Arnaldo Antunes, Milton Nascimento, Fernando Brant, Cazuza, Caetano Veloso.

“Alguma coisa acontece no meu coração” quando me lembro de algumas destas canções, do conteúdo delas, digno de nota nos livros de aprendizagem nas escolas, no ensino fundamental e médio.

Nostalgia nada à parte, mas as músicas refletiam pensamentos de um contexto histórico e cultural criativo, era necessário driblar a censura, passar a mensagem se livrando de possíveis represálias, posterior à censura, ficou a criatividade exercitada dos artistas.

O tempo deles passou, suas obras ficaram. E as novas gerações, enfim, não somos menos criativos, o que mudou no contexto atual é que hoje se joga para a plateia, o objetivo da música popular (e não da MPB) é vender e vender. Para tanto não precisa de conteúdo na música, hoje se vende muito mais a embalagem dos artistas, do que propriamente sua arte.

Basta pensar na imagem dos cantores citados nos livros comparada as beldades que fazem sucesso hoje. No Sertanejo tínhamos Tonico e Tinoco, Chitãozinho e Xororó, Roberta Miranda; no Samba Martinho da Vila e Zeca Pagodinho. E hoje? Sem comentários...

Hoje o mundo musical é meio farmácia, temos Leonardo, Zezé di Camargo e seus genéricos; Ivete Sangalo e seus genéricos; no exterior temos os pobres genéricos do Michael Jackson. O alvo dos holofotes é isso que vemos, mas ainda existe muita coisa boa e original por aí, mas não é assistindo TV e ouvindo Rádios populares que vamos encontrar. Salvo raras exceções.

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