domingo, 10 de dezembro de 2017

ETEC - Trampolim de uma nova história



Nos últimos seis anos posso dizer que passei a comemorar meu nascimento em dois meses diferentes: Janeiro, que é o mês do meu aniversário, e Junho, que foi a data que iniciei meus estudos na segunda turma de ADM da recém inaugurada ETEC de Francisco Morato.

Quem me conhece já sabe da minha longa temporada isolada do mundo após ter terminado o ensino médio. Mas hoje quero contar um pouco sobre um momento que marcou o nascimento de uma nova Camila.

Um belo dia, lá estava eu em casa, como sempre, e meu amigo da vida toda Adilson, passou lá para me visitar. Não me lembro se tinha um motivo específico, acho que o barato foi isso, aparentemente não tinha razão especial nenhuma que o levasse até lá, mas ele foi. E foi ele quem me contou que o governo do Estado tinha construído uma ETEC na cidade, e perguntou por que eu não tentava me matricular. Realmente, a escola tinha na ocasião menos de seis meses de vida e as matrículas para a turma que iniciaria no segundo semestre do ano estavam abertas. Detalhe: era o último dia de inscrição. 

Não dava para pensar muito. E eu pensando muito acabaria desistindo da oportunidade. Liguei o computador e me inscrevi. Descobri que tinha uma taxa para pagar... Ferrou! Eu não trabalhava! Recorri a meu irmão que gentilmente colaborou com o pagamento, e por guardar meus planos em segredo até que eu fizesse o vestibulinho e passasse. Se eu não passasse o assunto morreria ali sem ninguém entrar em desespero.

Então eu fiz a prova, coloquei minha prima na roda. Ela topou. Entramos juntas em Junho de 2010 na ETEC. Éramos respectivamente a 9 e a 10 na chamada! Nem sei como eu consegui tanto apoio em pouco tempo, só Deus explica. E há quem duvide Dele!

O Centro Paula Souza (incluo todas as ETEC's e FATEC'S) é um coração que pulsa numa sintonia fora do comum. Ou pelo menos era naquele tempo. Professores, quase todos, de uma competência ímpar. Verdadeiros mestres, pessoas encantadoras. Qualidade de ensino de deixar muitas uniesquinas que se dizem dez no chinelo! 

E não bastasse o ensino, as pessoas que conheci lá, marcaram para sempre minha história. A pessoa mais especial que eu conheci lá fui eu. Sim, eu mesma. A Camila adulta que eu desconhecia. A turma era mista, tinha os da minha idade, os mais velhos e os mais novos, mas não tinha crise, na hora de reunir para a finalidade do curso cada um mostrava a que veio e convenhamos: galerinha boa! E eu estranhamente consegui algo inédito na minha vida, me dar bem com todos, de todas as faixas etárias, alunos, professores, até a galera de "Info", que tentou trazer a rivalidade que existia entre ADM x INFO de Franco da Rocha, mas para mim tava tudo junto e misturado trago amigos infos até hoje!

Não tinha espaço para baixa autoestima. Até a zoação era saudável. Transitava entre todos os grupos, embora tivesse o meu próprio grupo no início, que foi se desfazendo por que o pessoal foi desistindo a cada semestre. Mas desistir não era opção para mim. Nem passou pela minha cabeça. Eu simplesmente estava amando a experiência e me surpreendendo com meu potencial.

Depois da ETEC eu comecei a trabalhar, fiz um pequeno estágio na prefeitura, depois entrei na Fidelity, que é outra escola para quem sabe dar valor. Fiz a faculdade, me formei. Fiz outro curso na FGV que aliás foi outra turma linda que conheci. Fui promovida na empresa. Fiz uma especialização on line em Análise de Processos que, sim é a minha área embora há quem diga que não. E tudo isso em seis anos!

E falo que muito da profissional que eu sou eu devo aos meus professores da ETEC e aos meus colegas que pude ter a alegria de reencontrar depois de tanto tempo! Embora existam aqueles a quem sou mais chegada que outros, sinto um carinho profundo por todos. E agradeço imensamente a Deus por tudo. Eu não precioso entender Deus para crer. E Ele não precisa ser entendido para tocar nossas vidas e nossos corações.

Veja também Banda Impacto na ETEC

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