sábado, 27 de novembro de 2010

A "sede" das Olimpíadas


Realmente o cenário da cidade maravilhosa está muito empolgante para promover eventos esportivos! – Mas é só em 2016! – Podem me dizer. Mas o que são seis anos para combater o tráfico que nasceu in long, long time? Nada.


Curioso, que este movimento todo tenha se iniciado após a estreia e sucesso de bilheteria do filme “Tropa de Elite 2”, ficção que dá a entender que o governo estadual tem uma mão no crime, pra não dizer o corpo inteiro! Aliado do narcotráfico, e das milícias, no roteiro de Carlos Padilha, o movimento ilegal foi o verdadeiro responsável pela reeleição do governador. Mas claro, no início do filme eles avisam, que apesar das possíveis coincidências, é uma obra fictícia.


Naturalmente, já que agora estamos vendo uma operação envolvendo parcerias estaduais e nacionais contra os traficantes do Morro do Cruzeiro, e do Morro do Alemão. Aos leigos, como eu, parece uma operação confusa. Tiroteios, tanques de guerra, correria, e os noticiários só mostram inocentes sendo atingidos, e alguns suspeitos de incendiarem os ônibus, o que interessaria mesmo, que é captura dos chefões do tráfico ninguém vê. O que um ônibus incendiado pode promover a favor dos criminosos ou da polícia? É só prejuízo do patrimônio público mesmo. Mas o objetivo deste post é outro.



Quero falar não só da falta de estrutura do Rio de Janeiro e do país inteiro (nada pessoal) para sediar Olimpíadas, Copa, ou o que for. Os Jogos Pan-americanos só correu aparentemente bem, porque o crime é organizado; pagou, o serviço é bem feito.
Mas agora o custo é maior, são dois eventos mundiais, não são só as Américas. É muito mais fácil supor que o topo do organograma do crime está querendo receber proporcionalmente, e é uma escolha que se deve fazer, ou se promove as obras estruturais para os eventos ou cala a boca do crime. O custo das obras não é pouco, esse Brasil velho de guerra sempre deixa tudo pra última hora, ou pro último interesse!

Também é fácil supor que ninguém pensou no pessoalsinho organizado lá da comunidade, quando estavam vislumbrando os lucros que estes eventos trariam para o país, para os cofres e para os bolsos. A “sede” das Olimpíadas e da Copa os fez cair de boca no mar. E água salgada não mata a sede. Mas bala de fuzil mata.

Justifica-se então, todo esse aparato contra o pessoalzinho organizado, duro é pegá-los! Eles sabem honrar o nome, os termos Ordem e Progresso deveriam simbolizá-los e não à Bandeira Pátria. Não estou, contudo fazendo apologia ao crime, apenas reconhecendo os fatos, e fazendo algumas conjecturas que não modificam muito a ordem das coisas.

Aos inocentes das comunidades, espero que saibam ficar tranquilos dentro de suas casas, e deixe a polícia, o BOPE, o exército, a marinha e aeronáutica, fazerem seu trabalho. Forças estas, com exceção das duas primeiras, que são tão ociosas no Brasil. Como se as fronteiras não precisassem de proteção contra o mesmo tráfico.

Esse é o preço da ganância. Quantas prioridades não existem no Brasil para tanto investimento com eventos esportivos? É bom? Sim. Lucrativo? Depende das mãos de quem vai receber o lucro. Terá serventia futuras ao contrário dos estádios africanos? Certamente. Vale o preço? Só Cristo saberá...

Um comentário:

  1. Atitude totalmente positiva das policias e forças armardas nacionais, pois conseguiram combater os criminosos sem o "banho de sangue" que houve no Carandiru. O grande problema é que eles limparam aquele território dos traficantes. E o crime mais que organizado dentro da polícia? Essa sim é estruturada, extremamente organizada e que causa medo aos policiais. Policial não tem medo de bandido e sim dos "seus colegas" corruptos, pois estes sabem onde moram, sabem quem é sua família, conhecem suas vulnerabilidades. Vamos mais além. O crime organizado não está só dentro da polícia, mas também, nas instituições políticas e até incutida no Judiciário. O desafio do estado é bem maior do que o que estamos vendo agora.

    Para que possamos entender como tudo isso funciona deixo uma sugestão de leitura, o livro Espírito Santo, escrito por secretário de segurança pública, Juiz de direito, Delegado Federal e antropólogo. Eles apresentam como funciona a corrupção dentro das instituições públicas a partir de um caso verídico.

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