sábado, 22 de março de 2014

Recursos Humanos x Gestão de Pessoas




Antes de ler este texto, sugiro que assista ao trecho do filme Tempos Modernos – com Charles Chaplin, para entender o conceito da esteira, para depois entender o que realmente significa GESTÃO DE PESSOAS.





Agora vejam este organograma. 

É provável que localize seu cargo dentro dele.
Psicólogo, Sociólogo, Analista de cargos, Analista de Treinamento, Médicos, Enfermeiros, Administrador de Pessoal, etc.



Agora responda:

Quem está no topo?

Quem proclamou esse “absurdo” foi Idalberto Chiavenato, em 2004. Fui em busca de uma fonte importante para fundamentar este post. Na verdade a base hierárquica também já está tão fora de moda quanto o termo Recursos Humanos nos últimos 10 anos. No entanto algumas empresas ainda acham válido usar calças boca de sino, e cabelo Chitãozinho e Xororó. Ou melhor, as PESSOAS nas empresas preferem assim. Sim, porque as empresas por si não fazem nada, a cultura organizacional é feita de pessoas, e nesses últimos anos um termo mágico chamado competitividade fez os gestores das empresas passarem a enxergar os funcionários como capital intelectual. Bonito não?

A globalização exigiu que as empresas ultrapassassem as teorias precursoras da Administração, como a teoria científica de Taylor, onde era priorizada a padronização e disposição dos fatores de produção (tempos e movimentos) em detrimento do que eventualmente isso pudesse interferir nas condições humanas. Na verdade se você marca o ponto, cumpre horário, segue metas, aderência, em sua empresa ainda há o princípio de Taylor, só que foi repaginado, com as lideranças, gestão participativa, e pela ascensão dos Recursos Humanos que só servia para administrar salários, admissões e demissões, para a atual Gestão de Pessoas, ou gestão de Talentos.

As principais mudanças, segundo o que eu aprendi:

Recrutamento e Seleção: As empresas continuam recrutando externamente funcionários e selecionando-os. Também há o recrutamento interno, que uma forma de reter talentos, pois na modernidade os profissionais têm tantas possibilidades, que nenhum deles permanece por muito tempo na mesma função dentro de uma empresa, então gerar oportunidades de promoção é estratégico, é Taylor. Temos que manter a esteira rodando... As organizações lidam também com o conceito de captação de talentos, ou seja, o marketing cultural da empresa deve cativar futuros candidatos a quererem trabalhar lá, não por mera necessidade de um emprego, mas por um ideal. Isso equivale a o que há algum tempo significava querer estudar na USP – era questão de honra, de status, porque a Universidade possuía reputação.

Cargos e Salários/Benefícios e Qualidade de Vida no Trabalho: A famosa e única função a qual as pessoas associam o RH. Desenhar os cargos, perfis, custos. Como salário virou pouco para manter alguém na esteira, então associaram habilmente os benefícios, participação nos lucros e resultados, incentivos adicionais e a gestão de clima, para poder medir os movimentos de insatisfação dos funcionários quanto às políticas da empresa, e adaptar as condições para um bom desempenho. As equipes da gestão da qualidade (CIPA – CIPAT) dão uma efetiva segurança e não podem mais deixar de existir em nenhuma organização que se preze.

Treinamento: Os treinadores são aqueles que ensinam os funcionários a apertarem os parafusos. Existem diversas formas de fazê-lo? Depende do parafuso. Brincadeira a parte, os treinadores são fundamentais para uma empresa, pois o que quer que a empresa se preste a fazer, esta deve ter profissionais competentes para repassar às pessoas o que se espera delas. Num treinamento, além de passar informações técnicas é importante transmitir a cultura da empresa. 

Quem já não ouviu a ideia de “vestir a camisa da empresa”? Nos treinamentos de formação aprendemos o básico para o exercício das funções, em outros são feitos workshops, palestras, treinamentos de líderes, reciclagem... tudo isso tendo como objetivo os interesses da empresa. Isso é errado? Não! Claro que não. Mas racionalizando, não soa desumano? Pois é, para isso serve a Gestão de Pessoas, para passar panos quentes na Teoria Clássica Menos tempo/Mais movimentos de Taylor, e dar a entender que não somos tão sem importância na engrenagem assim.

A Gestão de Pessoas é uma forma de trazer o lado humano às relações profissionais, pois pensar o tempo todo nos lucros, nos números, e demonstrar isso é muito chato! Quando as indústrias deixaram de ter escravos, e as relações de emprego passaram a ser remuneradas, desde então a mão-de-obra, passada a ser chamada de colaboradores, exige cada vez mais direitos para se cumprir seu dever. Com toda razão. Estudar a Gestão de Pessoas é compreender a importância da evolução do Capital Intelectual nas organizações.


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