sábado, 18 de julho de 2020

Borboleta


A feia crisálida, que antes era uma lagarta voraz, se ajusta em seu casulo, costura-se com zelo e cuidado, torcendo para que nenhum desavisado interrompa seu processo e apresse sua saída, o que a causaria uma ferida irremediável e sua morte, sem jamais se tornar uma linda borboleta!

Toda menina é meio borboleta. Passa pelas fases de lagarta, comilona voraz, feia, desengonçada. E depois entra na fase crisálida, que pode se prolongar por mais ou menos tempo na fase adulta, até que possa enfim virar mulher, a colorida borboleta.

Às vezes, na fase crisálida, a garota ainda adolescente sofre todo tipo de pressão que a fazem querer apressar sua fase borboleta. Querem lhe apressar as decisões, as experiências, a vida. E muitas vezes o que acontece é um processo lento de extinção das borboletas, deixando várias crisálidas coloridas artificialmente que nunca aprendem a deixar-se sair do casulo e voar.

Mas é bela a imagem do processo natural da borboleta. E é belo o caminho natural da mulher. Na hora certa ela pode sair voando e conhecer novos caminhos, não há por que apressar, e não tem tempo certo que se aplica a todas, cada uma tem sua história, seu próprio momento. Ninguém perde por esperar, e só ganha aquele que não contraria sua natureza, mas a assiste e a protege até que possa conquistar o auge da beleza da sua frágil borboleta. 


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