“Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprenderam a ler e não leem.” Mario Quintana
Posso parecer meio nostálgica associando uma ideia que valia
para o ensino médio a realidade universitária. Mas para mim professor é
professor! Tanto faz quem seja o aluno alvo. O professor representa a fonte de
conhecimento, e ainda que de fato a internet tenha aproximado o conhecimento de
qualquer um, e o professor não seja mais o detentor dele (um motivo a mais para
não haver arrogância), ainda assim, resta algo que não sei o que é, mas sei que
foi deixado em mim pelos perfeitos exemplares da profissão que conheci.
A equação é simples, se dá certo por que não mais?
Na verdade dava certo, nem mesmo os métodos passados
funcionam. Como afirma também o educador Gabriel Chalita, a sala de aula
tradicional, com um professor falante e alunos ouvintes, está fadada ao
fracasso. Segundo ele a comunicação é essencial, a escola – seja ela qual for:
básica, técnica, universitária – precisa de professores confiáveis.
De fato as escolas públicas de ensino médio, algumas delas
ao menos, estão bem dinâmicas, as de ensino técnico então, sou suspeita para
dizer. Onde estão localizadas as relações fadadas ao fracasso citadas pelo
autor? Lá mesmo. Implicância minha? Pode ser.
É importante lembrar que Gabriel Chalita é um professor
universitário, o que já constitui uma exceção. Longe de generalizar, estou
apenas contextualizando uma apatia brutal do sistema de graduação. Será que o
fim das universidades será mesmo o computador? O ensino a distância? Os prédios
serão apenas caixas registradoras, ou nem isso, já que transações bancárias já
são realizadas pela internet.
Estamos todos muito ocupados com a correria do cotidiano,
com o ganha-pão, quanto mais prático o modo de se conseguir um diploma tanto
melhor! Quem não estiver querendo apenas
o diploma que corra atrás do prejuízo caçando agulha no palheiro, fechando
parcerias com aqueles que querem compartilhar algo mais que teorias.
Só há um porém: esses futuros profissionais que burlam o
sistema e ganham suas notas, uma meta tacanha que constitui o fim sem atentar
para os meios, estão de certo modo comprando um status sem mérito algum. Ainda
que não burlem, e decorem muito bem suas respostas para ser bem avaliados, isso
não é aprendizado.
Um desses professores exceção, disse ser a favor da “cola”
nas provas, pois enquanto fazem a cola estão estudando... Ingênuo! Hoje é mais
fácil pegar cola de quem sabe, a fazer sua própria. Desse erro eu preciso me
redimir. As instituições de ensino já estão de tal modo insípidas, não posso partilhar
dessa acomodação que envolve os alunos, oferecendo o meu esforço. Não mais!
Dá para fazer a diferença, achar a cabeça do bacalhau,
descalcificar o espírito de professores repetidores de teorias (expressão minha
contemplada por outro professor exceção). Dá para fazer poesia ainda, no papel,
já que computador não sabe contar a métrica dos versos!
Enquanto eu tiver amigos professores que me deem apelidos
como “garota aspas” ou garota reticências (sinal que sempre espero algo
mais...), enquanto esses maravilhosos amigos estiverem de acordo com aquele
ideal que eu conheci lá no meu primeiro livro lido, ou que sejam mágicos como
tantos outros personagens que vieram após Clarissa, como Mr. Keating no filme
Sociedade dos Poetas Mortos e tantos outros ainda não citados, que representam na
ficção fatos que sim, existem na realidade, enquanto eles existirem há
esperança!
E eu quero fazer parte dela!
Post Scriptum: Importante avisar que a menção ao nome de Gabriel Chalita não tem nenhuma conotação política.
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