Era uma vez um rei que tinha um fiel escudeiro chamado
Urias. Urias era casado com uma bela moça chamada Bate-Seba.
Certa vez, o rei encantado com a esposa de seu escudeiro,
deitou-se com ela, não contava, porém, que ela fosse engravidar. Então num gesto de esperteza, para reparar seu
erro sem sair com sua imagem real lesada, o rei diligentemente, armou com
outros soldados, para que Urias fosse colocado na linha de frente da batalha, e
deixado vulnerável a morte. Assim, o fiel escudeiro do rei foi morto em
batalha.
Logo em seguida, o rei casou-se com Bate-Seba, e ela deu a
luz a seu filho. Entretanto, a criança logo adoeceu, levando o rei a se contristar,
ficou em jejum e com o rosto prostrado em terra até que a criança morreu. O
fruto do seu erro, do seu pecado não vingou. Foi a lição que o rei merecia pela
sua maldade.
Esta história retrata a aparente esperteza do rei Davi (2
Samuel 11: 1-27), que para se retratar e casar-se com a amante, colocou o mais
fiel dos teus soldados na mira do inimigo, para que morresse.
Os mais incrédulos podem dizer que ele foi realmente
esperto, pois embora a criança tenha morrido, ele ficou casado e ainda gerou outro
filho que lhe sucedeu no trono: Salomão. Mas não. Como diz o título deste, o
mundo é dos espertos, e Davi era um escolhido de Deus, portanto, não era do
mundo. E é fácil notar que embora astuto, ele não tenha sido tão mundano assim.
Vejamos.
Se ele fosse esperto, segundo o mundo, ele daria um jeito de
matar a mulher e não seu soldado mais fiel, pois este lhe defendia a vida. O
rei poderia encontrar milhares de outras concubinas para ocupar o lugar de
Bate-Seba. Morta, ninguém descobriria sua gravidez, pois não existia necropsia
naquela época.
Se ele não fosse um escolhido de Deus, ainda que não matasse
a mulher, ele a enviaria para longe, e sequer assumiria a criança. Mas ele
casou-se com a amante e sofreu feito um condenado quando seu filho adoeceu (2
Sam. 12:16). Este episódio mudou a vida de Davi. Dali em diante ele seria o
homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22). Ele se arrependeu.
O que essa história nos diz, é que não adianta querermos
atingir os mesmo objetivos que qualquer pessoa no mundo, pois não raro nos
daremos mal, ou nos frustraremos, sofreremos, porque simplesmente não é isso
que Deus requer de nós.
Se um dia eu tiver filhos ou alunos, me dedicarei a
torná-los inteligentes e espertos. Pois se forem apenas inteligentes, eles
fatalmente serão usados e se esforçarão para os espertos. Se forem só espertos,
eles acabarão usando e magoando os inteligentes e sensíveis.
Porém, se forem inteligentes e espertos serão livres para
dar de si o que tiverem de melhor. Serão espertos (perspicazes) o suficiente
para não serem usados em detrimento de si mesmo, e inteligentes para
desenvolver projetos e compartilhar com todos.
Acima de tudo, no entanto, é preciso que eles saibam que o
mundo não é tudo que existe, para que não utilizem suas inteligências e
espertezas em prejuízo de outros. Pois quem só vê o aqui e agora, não se
importa com danos a longo prazo, tão longo que chega a ser eterno!
Se eu nunca tiver filhos ou alunos, que esse conselho sirva
para quem os tiver.
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