sábado, 13 de abril de 2013

A Vida de David Gale - Parte II





A vida de David Gale é um filme envolvente, nos vemos torcendo pelos personagens, criticando aqueles que se voltaram contra o protagonista, nos sentimos solidários ao drama do professor. Após demonstrar os aparentes porquês da história, o enredo toma outro rumo, colocando em evidência a jornalista Elizabeth “Bitsy” Bloom (Kate Winslet), a pessoa que David Gale escolhe para dar uma entrevista nos seus 4 derradeiros dias de vida.


Até então, pouco se sabe sobre os reais motivos de sua prisão e condenação, a não ser o fato de ele ter sido acusado pelo estupro e suposto assassinato de sua amiga Constance. Por já ter em seu histórico um antecedente de estupro, e por já ter escrito um artigo sobre um tipo de morte, onde a vítima é forçada a engolir a chave das algemas que prendem suas mãos atrás das costas, é amordaçada, e em sua cabeça é colocado um saco para morrer por asfixia, isto foi suficiente para Gale ser apontado como principal culpado pela morte de Constance.



Bitsy, junto com os espectadores, começa a conhecer aos poucos o desenrolar da história narrada pelo próprio professor, já na prisão. Ele afirma ser inocente quanto à morte da amiga, como, igualmente, foi inocente no caso de Berlin. A jornalista no início foi entrevistá-lo certa de sua culpa, tal como toda a sociedade já o havia pré-julgado. No entanto, David vai lhe dando instrumentos para compreender os fatos, e aplicar o devido juízo ao caso – ou, ao menos o juízo que ele queria que fosse aplicado.


Surge então, um personagem coadjuvante: Dusty Wright (Matt Craven), um cowboy amigo dos professores, cuja presença só tem o intuito de nos induzir a pensar que seja ele o responsável pela morte de Constance. O mesmo passa a aparecer em todas as cenas onde estão Bitsy e o estagiário Zack Stemmons (Gabriel Mann), ele os persegue notoriamente. A jornalista logo fareja algo errado com o misterioso sujeito e passa a observá-lo.


Dusty, na verdade é o pombo correio externo de David Gale, por meio do qual o professor vai aos poucos entregando as provas do “crime” à Bitsy e Zack. Como as fitas de vídeo com o momento da morte da professora, vídeo este que foi repassado por capítulos à jornalista, para que não excedesse os 4 dias que ele tinha para ser executado. Gale não queria ser libertado.


Aqui chega a ideia real do filme. Até onde o egocentrismo leva uma pessoa? Lá no início do filme, seu argumento sobre a falibilidade do sistema prisional fora rejeitado, em rede nacional, pelo governador do Texas, justamente porque ele não tinha provas. Depois ele sofreu diversas outras rejeições por conta da acusação de sua ex-aluna, ele não admitiria ser refém, sem que a sua verdade prevalecesse.


Assim Gale forjou toda esta última situação. Constance se viu vítima de leucemia, não tinha perspectivas de vida, pelo menos com qualidade. Juntos eles tramam suas mortes pela causa que acreditavam; a professora aceitou se matar, sabendo que Gale seria incriminado, e este aceitou morrer só para provar que inocentes eram condenados a morte.  Dusty seria o sobrevivente que revelaria a verdade de David Gale à Bitsy, que por sua vez a revelaria ao país.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário