domingo, 24 de outubro de 2010

2ª Ação de Cidadania


Por mérito exclusivo do currículo pedagógico do Centro Paula Souza, eu e minha turma do curso de administração fomos a mais uma Ação de Cidadania, desta vez numa Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI). A ideia inicial era buscar um orfanato pra entregar brinquedos às crianças carentes, mas na falta de uma instituição nesse modelo na região, fomos à creche (como popularmente são conhecidos as EMEIs) Elba de Nóbrega Sobral.


Seguindo o mesmo esquema da ação anterior, tentamos arrecadar brinquedos no comércio da região, e coincidentemente ou não, apenas um estabelecimento fez a doação. Desta vez foi a Hiper loja quem colaborou através do dono, o Professor Julio Cesar Maiolo dos Santos. Fica aqui registrado meu agradecimento, junto com a ETEC Francisco Morato, e certamente as crianças beneficiárias.


Apesar de no meu conceito uma Ação de Cidadania requerer um público alvo carente de recursos – o que não era o caso – foi possível tirar proveito da experiência, traçando um paralelo com o evento anterior no asilo. Dois pólos completamente opostos, aquelas crianças ainda têm uma vida inteira pra criar ao passo que meus queridos idosos sobrevivem das histórias que tem pra contar!




A oportunidade de ir fantasiada deixou-me desinibida como os atores quando encarnam um personagem, apesar de não necessariamente ter encarnado a Chiquinha, com todas suas peculiaridades, a Camila eu também não era mais. Foi no mínimo terapêutico passear pela rua vestida de Chiquinha, acompanhada pela Branca de Neve, a Chapeuzinho Vermelho e um Mosqueteiro! Na EMEI pudemos nos unir ao Coelho, uma palhaça entre outros.





Percebi que a cultura que até minha infância era quase tradicional, está caindo no esquecimento, ao ponto de chamarem a Branca de Neve de Cinderela, a Chiquinha poucos reconheceram (é verdade que faltaram os óculos, mas antes bastava prender os cabelos em duas divisórias pra identificar a Chiquinha!), o Mosqueteiro então... Coitado! O chamaram de Príncipe, Gato de Botas, menos de Mosqueteiro! O Coelho e a Chapeuzinho foram os únicos que não tiveram problemas de identificação.



De qualquer modo, conseguimos divertir as crianças, tanto como personagens, quanto com os fantoches, e nós também voltamos à infância, principalmente meus amigos do curso de informática: Luiz Rogério, Leandro Lira e Lucas Lima, sendo que o primeiro queria até subir no escorregador, o segundo entendia como ninguém a linguagem da molecada e o último realizou-se montando origamis pra criançada!


Poucas crianças não eram tímidas, ou não possuíam algum traço de insegurança. Em todas as salas visitadas tinham aqueles que ficavam quietos no canto, havia até um que resistiu a todo tipo de estímulo, não sorria, não falava, sequer olhava enquanto chamávamos! Dentre todas havia uma única criança deficiente, com paralisia cerebral e apesar de o ambiente ser bastante descontraído e afável, ainda acredito que lugar de criança é ao lado da família, crianças especiais mais ainda!



Porém há uma corrente que prega que devo pensar como administradora, se toda mão-de-obra qualificada quiser ficar em casa cuidando de filho, haverá prejuízo, então tenho mais que sustentar instituições feito esta, onde mães possam deixar seus filhos aos cuidados alheios, para serem entretidos pela boa vontade de alunos de ETECs e divertirem-se com brinquedos doados também pela boa vontade alheia. Assim essa mãe poderá ficar em paz pra produzir e encher os bolsos dos empresários, a troco de um salário, que neste contexto vale mais que seu próprio filho.


É uma visão utópica neste mundo globalizado, mas conheço mães que interromperam suas carreiras até educarem seus filhos depois as retomaram e atuam até hoje. Privilégio de poucos? Talvez. Mas é pra isso que aprendemos noções de planejamento, já passou da hora da sociedade brasileira – pelo menos nos grandes centros urbanos – aprenderem o que é planejamento familiar.

Até lá, será sempre uma experiência edificante lidar com crianças inocentes, que ficam onde as deixam sem críticas, sem reclamações. Que bom poder verificar o brilho nos olhos delas ao nos verem, e a cena mais emocionante sem dúvida foi o abraço que um garotinho chamado Rodrigo deu no Coelho Lambach – deu pra sentir de longe o carinho recíproco.




Post Scriptum: Apesar de encantadoras, tomei o cuidado de não postar as fotos das crianças, e não foi a professora de ética quem me ensinou isso, foi o bom senso.

6 comentários:

  1. eu fiquei com apenas um fantoche...
    mas me diverti como se tivesse mil briquedos
    .. estar com aquelas crianças me fez sentir
    como com 6 anos novamente...
    nao apenas diverti as crianças, mas me diverti com elas...
    ps: contrariando o resumo do evento, nao somente subi mas tambem eu desci no escorregador

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  2. Parabéns galeraaa....o mundo precisa de mais pessoas como vocês. Ficou muiito bom, adoraria estar com vocês, mas uma distância imensa nos separa não é cammy?? rsrsrs

    Parabéns mais uma vez!!! Lenira Ypsilon

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  3. Obrigada Bruna, Luiz, Marcia e Lenira. A repercussão deste post apenas solidifica a sensação de como vale a pena se mobilizar para ações como esta!

    Outras haverão! Se não for através da ETEC, eu mesma o farei por mim.

    Abraços.

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  4. realmente a ação foi um sucesso!
    é o post ficou lindo...
    bjss

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