Dois Amigos Além de Mim
Na estrada em que deixo meus passos
Compor as trilhas duma vida,
Em caminhadas vacilantes,
Serpenteando o chão de vidro,
Encontro gestos em meio ao mato,
Vozes soprando em meus ouvidos,
Olhares vagos e insistentes,
Um rastro azul desconhecido.
E quem me para frente o abismo,
No cume do meu desespero,
São dois sinais de luz na mata
A mirar pedras de tropeço.
E mesmo que seja impreciso,
Algo responde meus lamentos:
“É acre o veneno, mas não mata,”
“Vigora a dor que curte o peito”
E sigo a passos confiantes,
Coração de anjo e olhos de lince,
Atenta a sina que me espera,
Ao medo que chega e não vence,
Pois há dois lumes na manhã
Que me volvem a superfície,
De todo meu sonho de estrela
Que cada dia do céu sumisse.
Post scriptum: Aos meus amigos Adilson José Bezerra e William Reis
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