sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Pequeno Príncipe - Parte II "Cativar"




Mas este é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em cavernas, e escondidos nas casas dos cárceres; são postos por presa, e ninguém há que os livre;(Isaías 42:22)

Resolvi dissertar sobre as relações humanas relacionando à fábula O Pequeno Príncipe, existe a passagem seguinte: “Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro”... É óbvio que me torno dependente daquele que me aprisiona, do mesmo modo que na condição de opressor necessito manter o cativo para alimentar minha vaidade; e ainda “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, ou seja, se tu és meu cativo, por minha vontade – ou irresponsabilidade – posso deixá-lo morrer à míngua. 





E quantas pessoas nós não vemos morrendo à míngua, mendigando afeto dos seus ídolos, cônjuges, pais, namorados, filhos e amigos? Mendigos que às vezes possuem a conta bancária recheada, mendigando atenção que nenhum outro humano tem obrigação de devotar-lhe.

“Não terás outros deuses diante de mim” (Ex20:3)



De um modo diferente Jesus Cristo nos deu como maior mandamento: Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo (Lucas 10:27). Independente de religiões, pelo que não me consta que Jesus tenha instituído nenhuma denominação eclesiástica, este é o único princípio ao qual podemos nos submeter sem erro.


Se retirarmos as pessoas do centro de nossa atenção e devoção (não sem por no lugar quem de direito), e se ao mesmo tempo não as colocarmos de modo egoísta abaixo da atenção que dedicamos a nós mesmos, eis a receita para um relacionamento sadio!


Mas somos falhos e teimamos em fazer do nosso jeito, daí viramos aberrações de telejornais, homicidas passionais, surtados sem propósito. Opressores ou oprimidos, dois lados de uma mesma moeda. Da perspectiva atual, criar laços pode gerar embaraços, um emaranhado de vaidades com as quais não saberemos lidar, justamente enquanto estivermos encarando-a desta perspectiva.





Caso Eloá e Lindenberg


A aparente sabedoria da raposa tem sempre duas vertentes, mas antes de julgar a intenção do autor, convém lembrar que ele, como todos nós, também era um ser humano sujeito a enganos. “É muito simples, diz a raposa: só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos.” Fora do contexto é um conselho sem contra-indicações, porém em seguida a raposa afirma em outros termos que “o tempo que perdemos com as coisas e pessoas que as tornam tão importantes.” That’s the question: o que vai ao coração depende daquilo a que dedicamos nosso tempo, então o coração pode estar sinceramente errado desde que estejamos no caminho incerto.

“Ele edificará a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos exércitos.” (Isaías 45:13)
É interessante o trecho que fala de preço e presentes; nas relações humanas doentias tudo gira em torno do toma lá dá cá ou das lisonjas materiais, presentes que sustentam os cativos nesta condição. Logo o caminho inverso é a solução , ou seja, o desinteresse, o amor incondicional e o desapego ao que é material. Utopia? Não. Fé na mais sensata das respostas a nós reveladas.

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