segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pequeno Príncipe - Parte IV "Cuidado com o baobás!"


"Vim a conhecer, no terceiro dia, o drama dos baobás:
- É verdade que os carneiros comem arbustos?
- Sim. É verdade.
- Ah! Que bom!
Não compreendi logo porque era tão importante que os carneiros comessem arbustos. Mas o príncipezinho acrescentou :
- Por conseguinte eles comem também os baobás?

Fiz notar ao príncipezinho que os baobás não são arbustos, mas árvores grandes como igrejas. E que mesmo que ele levasse consigo todo um rebanho de elefantes, eles não chegariam a dar cabo de um único baobá.
Mas notou, em seguida, sabiamente :
- Os baobás, antes de crescer, são pequenos.
- É fato!

Com efeito, no planeta do príncipezinho havia, como em todos os outros planetas, ervas boas e más. Por conseguinte, sementes boas, de ervas boas; sementes más, de ervas más. Mas as sementes são invisíveis. Elas dormem no segredo da terra até que uma cisme de despertar. Então ela espreguiça, e lança timidamente para o sol um inofensivo galhinho. Se for de roseira ou rabanete, podemos deixar que cresça a vontade. Mas quando se trata de uma planta ruim, é preciso arrancar logo, mal a tenhamos conhecido.

E um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca mais se livra dele. Atravanca todo o planeta. Perfura-o com suas raízes. E se o planeta é pequeno e os baobás numerosos, o planeta acaba rachando.

"É uma questão de disciplina, me disse mais tarde o príncipezinho. Quando a gente acaba a toalete da manhã, começa a fazer com cuidado a toalete do planeta. É preciso que a gente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distingam das roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho sem graça, mas de fácil execução".

Às vezes não há inconveniente em deixar um trabalho para mais tarde. Mas, quando se trata de baobá, é sempre uma catástrofe. Conheci um planeta habitado por um preguiçoso. Havia deixado três arbustos... "









Grandes como igrejas”. Essa frase desencadeou todo meu raciocínio para este post, que na verdade foi uma ideia anterior a todos os outros relativos à fábula. Hoje as igrejas não são grandes, são monstruosas, os Baobás por maiores que fossem não alcançam a grandiosidade dos templos hoje chamados igrejas, mas na ocasião para o autor foi uma boa imagem de algo que cresce desordenadamente por descuido de uma verdade anunciada; para danação humana.


Hoje poucos se reúnem somente ao Nome do Senhor Jesus Cristo, como no principio do que a Bíblia considera a igreja, existem muitas denominações que lutam entre si ferrenhamente por suas próprias causas, para possuírem o direito restrito sobre o ministério cristão e recorrem a todo tipo de crendices para garantir supremacia.

Definitivamente estes não são bons frutos, pois separam os filhos de Deus segundo orientações humanas e nem preciso entrar no mérito da questão.

“Não gosto de tomar o tom de moralista. Mas o perigo dos baobás é tão pouco conhecido, e de tão grandes riscos (...) que, ao menos uma vez, faço exceção à minha reserva. E digo portanto: “Meninos! Cuidado com os baobás!” Para advertir meus amigos de um perigo que há tanto tempo os ameaçava, como a mim, sem que pudéssemos suspeitar.” (Antoine de Saint Exupéry)

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