Por
muito tempo achei esse ditado válido e interessante. Mas hoje sei que não passa
de um argumento cunhado por algum rebelde malcriado para continuar no seu caminho
duvidoso. Talvez o maior conselho gratuito seja “Crê no Senhor Jesus e serás
salvo, tu e tua casa” (Atos 16:31). Contudo isto não é uma pregação, senão eu
poderia começar a citar os provérbios, outra multidão de conselhos dados de
graça!
Essa
ideia também é fruto de um pensamento de que valor é igual a preço monetário,
se uma coisa não puder ser convertida na outra, não vale nada. Acredito que todos
nós passamos pela fase de nos achar a última bolacha do pacote, só que sempre
nos esquecemos que a derradeira vem sempre quebrada... quando não, murcha!
Há
uma geração atrás existiam duas coisas: conselhos e imposições. O autor do
livro O Monge e o Executivo definiria
como autoridade e poder. A autoridade nos faz acatar de bom grado os conselhos,
confiantes na sabedoria e amor de quem pronunciou; o poder nos faz obedecer por
medo as imposições, pela crueldade e ameaças que as acompanham.
O
problema está em exercer autoridade com base nas vontades do próximo e não em
suas necessidades. Assim o que se vê hoje é que bons pais, professores, chefes
e outros só são considerados se forem “amigos”, que fazem as vontades que são
confundidas com apoio.
Ai
de quem manifesta autoridade com amor, que pela definição de James C. Hunter, é
algo desinteressado, expressão pura do bom comportamento com o próximo, pelas
suas reais necessidades. E essa iniciativa pode vir de qualquer um, mais jovens
ou mais velhos (Jó 32: 7-9).
Pelas
mesmas razões que eu me valia do ditado que diz que conselho bom se venderia,
por não conhecer a autoridade fundamentada no amor e nas necessidades reais,
mas sim, e na maioria das vezes, só lidar com poder das imposições; hoje o
inverso, e não menos errado, é o que existe.
Atualmente,
vemos uma falsa autoridade fundada nas vontades, complacente e medíocre, criando
pessoas resistentes a qualquer manifestação contrária ainda que com amor –
outra palavrinha incompreendida. Estamos na geração do “não bata em seu filho”,
uma tentativa quase boa de reverter a era dos pais déspotas, só que isso
sucumbiu numa família sem disciplina, sem limites.
Se
no passado essa função foi confundida com posse, ditadura, hoje virou o samba
do crioulo doido! Quem tenta aconselhar é tido como chato. Já fui adolescente,
a frase “Eu sei” é típica, a diferença é que eu afirmava saber e não fazia por
medo de quem exercia o poder. Hoje simplesmente fazem.
Estes
só terão o privilégio de realmente saber que nada sabem, parafraseando
Sócrates, quando amadurecerem de verdade. Mesmo isto eu sei que não é regra,
muitos preferirão correr atrás de quem lhes faça as vontades, e encontrarão,
abandonando os que lhes amam, e nunca tomarão consciência de nada.
Não
retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso
morrerá.
Prov. 23:13
Prov. 23:13
A
vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha
a sua mãe. Prov.
29:15
A estultícia (estupidez) está ligada ao
coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela. Prov.
22:15
Tens
visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo
do que dele.
Prov.
26:12
PostScriptum: Consideremos que a Bíblia é a Palavra de Deus. Creia você ou não. Nem por isso devemos ir de um extremo ao outro, estas passagens não nos sugere a violência, e educar hoje não pode abrir mão da sabedoria inspirada.
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