sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Se conselho fosse bom vendia-se?





Por muito tempo achei esse ditado válido e interessante. Mas hoje sei que não passa de um argumento cunhado por algum rebelde malcriado para continuar no seu caminho duvidoso. Talvez o maior conselho gratuito seja “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (Atos 16:31). Contudo isto não é uma pregação, senão eu poderia começar a citar os provérbios, outra multidão de conselhos dados de graça!
Essa ideia também é fruto de um pensamento de que valor é igual a preço monetário, se uma coisa não puder ser convertida na outra, não vale nada. Acredito que todos nós passamos pela fase de nos achar a última bolacha do pacote, só que sempre nos esquecemos que a derradeira vem sempre quebrada... quando não, murcha!
Há uma geração atrás existiam duas coisas: conselhos e imposições. O autor do livro O Monge e o Executivo definiria como autoridade e poder. A autoridade nos faz acatar de bom grado os conselhos, confiantes na sabedoria e amor de quem pronunciou; o poder nos faz obedecer por medo as imposições, pela crueldade e ameaças que as acompanham.
O problema está em exercer autoridade com base nas vontades do próximo e não em suas necessidades. Assim o que se vê hoje é que bons pais, professores, chefes e outros só são considerados se forem “amigos”, que fazem as vontades que são confundidas com apoio.
Ai de quem manifesta autoridade com amor, que pela definição de James C. Hunter, é algo desinteressado, expressão pura do bom comportamento com o próximo, pelas suas reais necessidades. E essa iniciativa pode vir de qualquer um, mais jovens ou mais velhos (Jó 32: 7-9).
Pelas mesmas razões que eu me valia do ditado que diz que conselho bom se venderia, por não conhecer a autoridade fundamentada no amor e nas necessidades reais, mas sim, e na maioria das vezes, só lidar com poder das imposições; hoje o inverso, e não menos errado, é o que existe.
Atualmente, vemos uma falsa autoridade fundada nas vontades, complacente e medíocre, criando pessoas resistentes a qualquer manifestação contrária ainda que com amor – outra palavrinha incompreendida. Estamos na geração do “não bata em seu filho”, uma tentativa quase boa de reverter a era dos pais déspotas, só que isso sucumbiu numa família sem disciplina, sem limites.
Se no passado essa função foi confundida com posse, ditadura, hoje virou o samba do crioulo doido! Quem tenta aconselhar é tido como chato. Já fui adolescente, a frase “Eu sei” é típica, a diferença é que eu afirmava saber e não fazia por medo de quem exercia o poder. Hoje simplesmente fazem.
Estes só terão o privilégio de realmente saber que nada sabem, parafraseando Sócrates, quando amadurecerem de verdade. Mesmo isto eu sei que não é regra, muitos preferirão correr atrás de quem lhes faça as vontades, e encontrarão, abandonando os que lhes amam, e nunca tomarão consciência de nada.  

 
Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. 
Prov. 23:13
A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe. Prov. 29:15

A estultícia (estupidez) está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela. Prov. 22:15

Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.  
Prov. 26:12

PostScriptum: Consideremos que a Bíblia é a Palavra de Deus. Creia você ou não. Nem por isso devemos ir de um extremo ao outro, estas passagens não nos sugere a violência, e educar hoje não pode abrir mão da sabedoria inspirada.


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