sexta-feira, 26 de junho de 2020

Celebrar



Um bebê quando está aprendendo a andar, é celebrado por cada passo, mesmo que mal dado, molenga ou até quando cai. E assim a criança entende que aquilo faz parte da caminhada, não se constrange porque ninguém ri maldosamente dos seus passos tortos.

Quando a gente cresce, porém, começamos a exigir de nós apenas os passos perfeitos, e os tropeços são terrivelmente rejeitados como alheios ao processo. Uma queda então, muitas vezes faz alguém desistir de caminhar. Os passos largos de quem anda em segurança nos ofende; incomoda aquele que se ergue rápido depois de uma queda, sacode a poeira e segue adiante.

Ainda bem que a vida é uma caixinha de surpresas, e há sempre uma fonte de celebração para nossos pequenos passos, e até para os tropeços, desde que dados no percurso para alcançar nossos sonhos. Precisamos celebrar as pequenas vitórias para poder conquistar as grandes. O primeiro passo só se alcança depois que nos erguemos e paramos de engatinhar.

Perder a simplicidade de criança é uma opção. Existem muitas lições que a leveza da infância nos ensina. Se carregamos os traumas por tanto tempo, por que descarregamos a candura pelo caminho? Se guardamos as palavras ferinas e mal dadas ao longo da vida, por que jogamos fora as palavras de afirmação?

Sempre é tempo de voltar a ser criança um pouco, relaxar, desacelerar, não se importar tanto com os acidentes do percurso, mas focar no objetivo. A caminhada é uma metáfora de vida muito bela. É sempre bom aprender com a vida e reaprender a andar!

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