segunda-feira, 1 de junho de 2020

Tá todo mundo louco

Photo by Connery Davoodian
“Antes só do que mal acompanhada”. Quem já disse isso alguma vez na vida? Eu, se não todas, a maioria das vezes que disse eu estava num recalque imenso querendo estar acompanhada de alguém que era um bem aos meus olhos até poucos momentos antes da fatídica frase. Claro, as coisas mudam, a boa companhia passa a ser má quando não está mais afim, quando não há reciprocidade, quando os objetivos não são mais comuns ou nunca foram.

“Do jeito que andam as coisas”... e essa frase? Quem nunca? Eu já ouvi mais do que disse. Não me recordo, mas já devo ter usado em alguma circunstância, mas não no contexto em que frequentemente é usada, que é quando se fala em evitar filhos e relacionamentos. Eu penso que nasci com instinto bela, recatada e do lar! Apesar de inúmeras experiência alheias de relacionamentos furados e casamentos destruídos, sempre foquei nos vários relacionamentos que deram certo apesar das dificuldades.

O exemplo mais terno que tenho na memória foi o casamento da irmã da minha mãe, minha tia Lourdes, que durou até que a morte os separou (O radialista Eli Correa narrou a história dela aqui, no link o nome dela está Lucia). Não sei se é porque gosto de ser do contra, esse tipo de frase me deixa com pé atrás. Qual medo ela transmite? As coisas andam tão piores que antes mesmo, ou é porque hoje temos a internet mostrado tudo de bom e ruim, real e inventado do mundo?

Uma vez ouvi alguém dizer que Noé e seus filhos tinham acabado de sair do dilúvio e mesmo assim povoaram a terra! Ninguém mais sabe o que é um dilúvio, nem eles sabiam o que era chuva na época! Acredito que não há nada de ruim que seja novidade para o Criador, e como Filha do Criador, não há o que temer. Não nego as dificuldades, não sou tão tola ao ponto de achar que seja igual brincar de bonecas, se bem que eu pretendia ter mais filhos que tive de bonecas ao longo da vida (duas: Kelly e Bilu...). Seja o que Deus quiser!

Ta todo mundo louco. Dizem. Ou pelo menos é o que a TV e as redes sociais demonstram. Será? Uma mentira contada mil vezes se torna verdade? As circunstâncias moldam quem somos? Não a nossa revelia. Posso estar enganada, mas pela minha experiência, as circunstâncias só me fizeram mudar a trajetória quando o medo falou mais alto e não por um crença na realidade da coisa. De modo que nunca podemos tornar certas convicções como regras gerais, pois são apenas reflexos dos nossos medos. Na dúvida é “melhor” ficar onde estamos.

Sim, está todo mundo louco. O Covid-19 acendeu o estopim de muita gente, mas o pavio já estava lá. Não fosse esse motivo seria outro. Devo mudar meus sonhos e metas por causa das circunstâncias? O china come o morcego e eu pago o pato? Não mesmo! O jeito que as coisas andam lá fora não me bota medo. Medo eu tenho do que vai aqui dentro!

SINA

Triste sina me acolhe cá dentro

Destas farsas que a vida nos prega

Pois me encontro, apesar do silêncio

Com o peito repleto de estrelas



Cintilando de amor pelas noites

De mais um verão que recomeça

Brilha o sol, que beleza! E meu noivo? Nunca está.

Em seu lugar há só tristeza;



Digo sem vacilar que ‘inda espero

Pelos tantos verões que virão

Até que este meu coração seque



E não mais se dê a essas emoções,

E que as tristes sinas que me seguem

Vá pousar em outros corações...



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